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quarta-feira, 12 de maio de 2021

RELATÓRIO DE ESTÁGIO HIBRIDO DE PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA - YOGA NA EDUCAÇÃO

 GRUPO EDUCACIONAL UNINTER - Pontal do Paraná - 2020

ALUNA: PÉROLA MACHADO DE SOUZA

NOTA FINAL DO RELATÓRIO: 100


  1. INTRODUÇÃO

As atividades deste estágio supervisionado de Psicopedagogia Clínica foram realizadas através da pesquisa Científica do Projeto Vozes da Pedagogia. Foi realizada a leitura do livro Covid-19 e feito o fichamento de 8 autores para fundamentar a pesquisa que visa resolver o problema sobre como desenvolver as competências digitais em professores e estudantes na atualidade. Também houve a participação das reuniões do grupo Vozes da Pedagogia, com a participação da supervisora e autores dos textos dos livros para discutir o papel da educação no contexto epidêmico atual. 

Através do Estado da arte foi pesquisado sobre as competências digitais e recursos tecnológicos que estão sendo desenvolvidos e utilizados em tempo de pandemia Covid-19. Ainda no Estado da arte foram pesquisadas as avaliações psicopedagógicas, os distúrbios e dificuldades de aprendizagem e recursos digitais para indivíduos com dificuldades em aprender, para serem trabalhados de forma emergencial durante a pandemia. Também foi realizada uma pesquisa sobre como a prática de exercícios respiratórios do yoga para crianças pode ajudar na saúde mental e emocional em tempos de isolamento social. 

A análise Imagética foi realizada através do documentário Jemicy School - Escola especializada em Dislexia que foi utilizado para fundamentar sobre o papel dos educadores no desenvolvimento humano e social das crianças com dislexia e como um ambiente bem estruturado, com professores comprometidos refletem no interesse pelos indivíduos em aprender de forma significativa e transformadora. 

O objetivo da linha de psicopedagogia clínica é observar, diagnosticar, avaliar e intervir na metodologia da aprendizagem para crianças e adolescentes com dificuldades em aprender. O objetivo do projeto Vozes da pedagogia através da leitura do livro e das reuniões de estágio é discutir a formação de professores na sociedade moderna e em época de pandemia, buscando entender a inovação dos ensinos híbridos, EAD e presencial. Investigar como os educadores estão se adaptando e utilizando as tecnologias digitais para dar continuar a práxis pedagógica de forma emergencial e remota. Portanto, o objetivo que une a linha e o projeto de pesquisa é compreender como as avaliações e intervenções psicopedagógicas estão acontecendo durante a época de isolamento na Pandemia Covid-19, cuja pesquisa é de fundamental importância para a formação profissional do bacharel em psicopedagogia, que precisa entender tanto das dificuldades de aprendizagem, como avaliá-las, quais recursos devem ser utilizados na profissão. Dessa forma é que o bacharel em psicopedagogia é inserido no contexto de atuação, compreendendo as dinâmicas de funcionamento dos ambientes clínicos.  

Dessa forma, as atividades do estágio foram a) Leitura do Livro Covid-19, Educação em tempos de Pandemia; b) Fichamento dos autores do Grupo de Pesquisa e estado da Arte; c) Participação de 5 reuniões Vozes da Pedagogia com o grupo de pesquisa; d) Análise imagética do documentário Jemicy School - Escola especializada em Dislexia, fichamento e criação do relatório; e) Elaboração do plano de ação; f) Reflexão, criação e utilização do material didático manipulável; g) Elaboração de relatório de estágio.


ESTUDO RELACIONANDO O LIVRO EDUCAÇÃO EM TEMPOS DE COVID – 19 – GRUPO VOZES DA PEDAGOGIA COM O ESTÁGIO DE PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA

Pandemia, palavra assustadora que mudou a vida de todo o planeta, levou os seres humanos ao isolamento social e estimulou as atividades remotas como recurso emergencial para a sobrevivência da educação e até mesmo da saúde física, mental e emocional no ano de 2020. Percebendo que a mudança para um isolamento seria significativa e sem prazo para terminar, professores de várias modalidades precisaram pesquisar emergencialmente como proceder com as aulas online, se adaptar as tecnologias, desenvolver a criatividade através dos recursos da internet e ainda por cima manter a interação com os alunos para poder perceber os efeitos das práticas. Não está sendo muito diferente para pedagogos, psicopedagogos e psicólogos, uma vez que avaliações e procedimentos para crianças com dificuldades e distúrbios de aprendizagem também tiveram que passar por adaptações e uma reflexão mais profunda das competências digitais. 

Com a pandemia Covid-19, professores, pedagogos e psicopedagogos precisam se reinventar e refletir sobre as intervenções clínicas que agora precisam de mais apoio tecnológico do que nunca. Também é necessário estimular o apoio para a família e através dela manter o acesso à educação e principalmente o auxílio às crianças que possuem dificuldades ou distúrbios de aprendizagem. As famílias também precisam se reinventar e ser mais solidárias.

Contudo, quando a pandemia causa uma reviravolta perturbadora geral e requer o distanciamento social entre avós, filhos e netos e entre todos em geral, é hora de se repensar o sentido da família e da vida em família, da convivência em família e comunidade, e despertar para a solidariedade (MOSER, 2020, p. 31). 

A sombra da incerteza sobre o que está acontecendo com o mundo e de quando as atividades presenciais irão retornar deixam a família insegura. Mediadores da educação estão desnorteados. Professores dão aulas pela internet e os tutores dos alunos precisam assessorar seus filhos. Ambos precisam se aprofundar nos recursos da tecnologia para poder manter as práticas educativas. Crianças aprenderam que a tecnologia é muito mais do que um recurso para diversão e precisaram aprender, de forma remota, a manter atualizados os currículos, dentro das possibilidades que estão sendo apresentadas de forma emergencial. "Se a incerteza pode nos desnortear, também é propícia para a reinvenção" (MOSER, 2020, p.36). Mais do que nunca se torna necessário o desenvolvimento de mais competências de ensino, principalmente digitais, que para ser bem sucedido precisa levar em consideração aspectos da realidade humana, desde sentimentos até a facilitação de acesso tecnológico, […]” o que implica em uma grande integração de conhecimentos, habilidades, atitudes, valores e emoções […]". (SCHNEIDER, E. I., SCHNEIDER, A.B., 2020, p. 55).

A Pandemia fez, mesmo que forçosamente e até mesmo com um certo negacionismo, que as pessoas aceitem o desafio de produzir e acessar as informações. O mais importante é orientar o buscador dessas informações que elas devem ter qualidades e serem verdadeiras, éticas e sintonizadas com os diferentes contextos e realidades sociais. Schneider (2020) também afirma que o modelo europeu ensina sobre as competências e Literacias digitais explanando sobre o quanto é necessário realmente o envolvimento profissional, pois os recursos digitais estão disponíveis a todos e sendo assim a necessidade de observar as variedades e encontrar o que existe melhor para a sua prática docente.  No modelo europeu consta que não existe uma única metodologia e que é preciso criar estratégias de ensino e inclusive de avaliação onde se possa interpretar o processo de aprendizagem do aluno. Ainda neste modelo são discutidas as vantagens do uso de tecnologias inclusive para estruturar práticas pedagógicas centradas no aluno e envolvendo ativamente o aprendiz. Esta discussão abre portas para as possibilidades de inclusão de alunos com deficiências, dificuldades e distúrbios de aprendizagem, entre outros. Sendo assim, é importante observar que a sociedade atual já está na era da transformação digital, independente da Pandemia Covid-19, e que indivíduos que ainda não estão incluídos nesta mudança poderão brevemente ser considerados analfabetos digitais. Apesar das crianças da sociedade atual já terem disponíveis muitos recursos tecnológicos, o ensino domiciliar consiste em uma dificuldade muito grande por falta de formação dos tutores desses alunos."[…] o ensino domiciliar é bastante problematizado, principalmente por dois fatores: a socialização das crianças e a falta de formação dos pais", (QUADROS, CORDEIRO, 2020, p. 68)

O que precisa ser levado em consideração, seriamente, pelas políticas públicas é o fato de estudantes das classes sociais mais privilegiadas terem acesso à tecnologia, enquanto os mais vulneráveis perdem ainda mais a oportunidade de um ensino de qualidade. Mesmo para as famílias que têm acesso digital, muitas vezes é preciso dividir os equipamentos entre pais que estão em home office e até mesmo irmãos, dificultando ainda mais a organização do tempo e das tarefas para todos. Para Santo, Trindade (2020, cap. 19) as escolas precisam considerar tais questões para organizar como cada estudante pode, efetivamente, contatar com a Escola e continuar a suas atividades escolares. 

Certamente a Pandemia está exigindo que psicopedagogos reflitam sobre a mediação das aulas via remota para os alunos com dificuldade ou distúrbios de aprendizagem, uma vez que a atenção individualizada ainda precisar estar acontecendo, mesmo com a utilização de mídias interativas, mas principalmente na organização escolar dessas crianças que certamente devem continuar sendo de forma mais atenciosa e criteriosa. É preciso levar em consideração a limitação de sessões de aulas remotas com relação à exposição à tela, de acordo com a idade das crianças, independentemente de ela ter dificuldades de aprendizado.  A relação entre educadores e responsáveis pelos alunos precisa ser muito próxima para que os pais sejam orientados a colocar em prática as questões de ensino e organização dos estudos, entre outras atividades e segundo Santo, Trindade (2020), os pais também precisam de orientações claras dos professores.  A organização da vida escolar precisa incluir momentos onde a criança possa se mexer, criar, brincar e se possível ter momentos ao ar livre, situação bem difícil nos grandes centros urbanos. A falta de brincar ao ar livre certamente afetará as crianças, não só na vida ou currículo escolar, mas principalmente no seu desenvolvimento psicomotor. Sendo assim, mais do que nunca é preciso levar em consideração o que afirma Lopes (2020, p. 76), é necessário pensar em como aproveitar a energia acumulada para se ter um filho mais relaxado para que haja sintonia no que se precisa ensinar. 

Para fundamentar e organizar o plano de ação deste estágio foi preciso buscar sobre o funcionamento da avaliação clínica, pois para os psicopedagogos clínicos o diagnóstico dos alunos é crucial para indicar as dificuldades e também quais são as áreas que podem ser estimuladas e potencializadas nos estudantes. A avaliação psicopedagógica permite uma reflexão sobre a aprendizagem e como ela é desenvolvida na escola, considerando que a psicopedagogia abrange a pedagogia, a psicanálise, a psicologia, a epistemologia, a linguística e a neuropsicologia, entre outras áreas (Bossa, 2011, p.40). Segundo Weiss (2007), o objetivo do diagnóstico psicopedagógico é encontrar as dificuldades de aprendizagem através das informações que surgem da família, da escola e terapeutas. Como um dos instrumentos psicopedagógicos utilizados para as avaliações temos a Entrevista operatória centrada na aprendizagem (Eoca), proposta por Jorge Visca (1987), que é realizada na primeira sessão. Este instrumento tem como objetivo fazer com que a entrevista seja espontânea, dirigida de forma experimental e onde são identificadas as hipóteses da problemática. Outro instrumento importante é a anamnese, pois ela possibilita integrar passado, presente e futuro do paciente sendo assim é uma anamnese familiar que deve ser realizada de acordo com o que se pretende investigar. As provas operatórias foram desenvolvidas por Piaget e seus colaboradores e dividem-se em provas de classificação, de conservação e de seriação e são fundamentais para um bom diagnóstico. As provas projetivas psicopedagógicas (PPP) ajudam a avaliar a aprendizagem nos aspectos emocionais que interferem no aprendizado e como exemplos são citados: Quatro momentos do dia, Par educativo, Eu e meus companheiros, O plano da sala de aula, A planta da minha casa, O dia do aniversário e Família educativa.  Sendo assim, é necessário entender o que é o distúrbio de aprendizagem não se trata de doença e por isso não tem cura aparecendo nos primeiros anos da escola, com causas multifatoriais, em indivíduos que têm inteligência e que podem aprender se forem descobertas suas verdadeiras necessidades. 

A Pandemia Covid-19 trouxe um maior desafio para os psicopedagogos clínicos sobre como manter as práticas de avaliação e direcionamento da práxis de desenvolvimento dos indivíduos com os distúrbios de aprendizagem. Os principais transtornos do neurodesenvolvimento são: transtorno do espectro autista (TEA), transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), deficiência intelectual (DI), transtorno específico de aprendizagem (dislexia, discalculia) e os transtornos motores (tiques, síndrome de Tourette) e que segundo Araujo e Oliveira (2020) há maior incidência de transtornos psiquiátricos e distúrbios do sono desde o início da pandemia, por conta da mudança de rotina. 

Com a interrupção abrupta e a falta de sociabilização fez com que as crianças com necessidades especiais perdessem atividades com estímulos motores, ocupacionais, neurossensoriais, fonoaudiológicos e psicopedagógicos e por isso surgiu a necessidade de criar programas caseiros, virtuais, como o envolvimento dos pais para dar continuidade ao desenvolvimento de crianças e adolescentes. 

Está sendo um momento muito desafiador para o psicopedagogo clínico, dar continuidade aos atendimentos e até mesmo se preparar para a nova demanda, neste tempo de Pandemia Covid -19. Para Mantovani, Santos (2011) será necessário que ele seja o protagonista para atender a demanda digital e desenvolver competências digitais para que possa manter a interação com a geração atual de alunos que em grande parte são nativos digitais. As tecnologias atuais permitem a comunicação em rede e formas de compartilhamento de arquivos e aplicativos que são ferramentas cruciais para o desenvolvimento da educação. Compete ao psicopedagogo clínico criar estratégias para que a aprendizagem aconteça.


DESCRIÇÃO REFLEXIVA SOBRE A AÇÃO REALIZADA EM CAMPO E O USO DO MATERIAL DIDÁTICO MANIPULÁVEL PRODUZIDO.

Para desenvolver uma ação em campo e um material didático manipulável foi necessário pesquisar sobre jogos digitais para crianças com dificuldades de distúrbios de aprendizagem, práticas de yoga para criança e desenvolver uma práxis com o apoio da família, com uma atenção dirigida por partes dos tutores, para criar um vídeo para apoiar a família em tempos de Pandemia Covid-19. Foi necessário o aprofundamento do estudo sobre exposição a telas, atividades fora do contexto virtual levando em consideração a saúde física e mental do indivíduo e aprender sobre a utilização da tecnologia digital para jogos, em forma de aplicativos. 

Assim como na docência, a psicopedagogia pode ser desenvolvida por um contato que desperta o imaginário dos alunos. A contação de histórias pelo Facebook tem sido uma das soluções mediadas por educadores que precisam refletir mais a fundo a profissão nesse sentido. Esta leitura citada no livro Educação em Tempos de COVID-19: reflexões e narrativas de pais e professores, através do grupo de estudos deste estágio, Vozes da pedagogia, inspirou o plano de aula para este estágio, para a criação de um vídeo, pois segundo as autoras Cordeiro, Burgo (2020), é necessário despertar o imaginário dos alunos e da comunidade como um todo.

Para crianças com dificuldades de aprendizagem podem ser utilizadas atividades, jogos e brincadeiras virtuais, que não são necessariamente psicopedagógicas, mas pode vir a ser se tiver um olhar investigativo para verificar com as crianças interagem com a atividade escolhida, quais estratégias elas usam, como se comportam, conhecido como observação lúdica. Segundo Teixeira (2020) o observador não interfere, atuando apenas como mediador. Sendo assim, o ideal é que sejam escolhidos jogos clássicos, jogos de construção e jogos pedagógicos. Segundo a Associação Brasileira de Psicopedagogia, devem ser criteriosas as escolhas das tecnologias para garantir a qualidade dos recursos computacionais, explorando a interatividade para que o sujeito desenvolva a capacidade de representação por meio de palavras e imagens (signos verbais e imagéticos), testando caminhos diferentes, relacionando conceitos, tomando decisões, resolvendo problemas, estimulando a criatividade e portanto, construindo conhecimentos de forma autônoma através de competências e habilidades. Segundo as autoras Mantovani, Santos (2011), no artigo Aplicação das tecnologias digitais virtuais no contexto psicopedagógico, os recursos computacionais devem apresentar facilidades de uso e apresentar design agradável, o que me levou a experimentar vários jogos e aplicativos para achar um que seja fácil para acessar e jogar, além de divertidos e interessantes para ajudar a desenvolver habilidades, inclusive em crianças que apresentam TDHA e dislexia. A escolha dos jogos para serem apresentados no vídeo foram influenciadas pela pesquisa sobre dislexia e como estimular a leitura com jogos. 

O instituto Neurosaber, que reúne grandes especialistas para gerar conteúdos sobre comportamento e neurodesenvolvimento da infância e adolescência publicou no seu blog alguns exemplos de jogos indicados para o tratamento da dislexia. Alguns podem ser feitos fora das telas e outros utilizam a tecnologia digital. Fora da tela pode ser utilizado o jogo da forca que é ideal para que a criança desenvolva a formação das palavras e o uso adequado de sílabas. Já no universo digital, crianças com dislexia podem contar com jogos com ararumo onde o aplicativo Domlexia apresenta a crianças um áudio com um conjunto de palavras onde ela deve arrastar as sílabas presentes em bolhas flutuantes, desenvolvendo a leitura e a pronúncia. 

Em cima desta pesquisa, foi produzido um vídeo dando uma sequência de atividades que podem ser feitas dentro e fora das tecnologias digitais, intercalando a prática de jogos virtuais, com práticas rápidas de yoga, acrescentando técnicas respiratórias de yoga para melhorar a atenção plena e diminuir a ansiedade das crianças, com uma respiração dinâmica que envolve o movimento dos braços e a coordenação da respiração. A escolha do yoga para este estágio vem da minha experiência de mais de 10 anos trabalhando com yoga para crianças, por conta da observação dos efeitos calmantes das técnicas respiratórias para diminuir a ansiedade, manter a atenção durante as brincadeiras de posturas do yoga e na contação de histórias. 

O Yoga é uma prática muito antiga e milenar, que surgiu na Índia. Para o Yoga, a respiração é mais do que um ato fisiológico pois segundo Patanjali, autor do Yoga Sutra que é um dos textos clássicos e básico do yoga, os exercícios respiratórios conhecidos como Pranayamas, tem também efeitos sobre as emoções e na energia do ser (SARASWATI, 1996). Segundo Santos (2013), estes exercícios respiratórios são capazes de influenciar no equilibro físico e mental, desenvolvendo uma consciência corporal mais eficaz, assim também como a concentração e o habito de pensamentos positivos. 

Para a produção do vídeo foram escolhidas técnicas de respiração para crianças, que de forma lúdica, aumentam a consciência do aparato e melhoram a qualidade de vida. Depois de concluir todas as pesquisas, foram organizados os recursos para a produção do vídeo e foram necessários câmera de celular, microfone, cenário atrativo com iluminação com um refletor, quadro de giz, aplicativos de edição (youtube, final cut pro), computador, internet de alta velocidade. A edição foi realizada com a orientação de Luis Henrique Lima Schwind, meu marido, que acompanhou esta pesquisa e o desenvolvimento do material manipulável para a criação do mesmo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS 

Crise gera inovação. O sofrimento torna o ser humano resiliente e para se adaptar a novas condições precisa se reinventar. Esse pensamento gerou a motivação para este estudo, onde considerar a tecnologia uma aliada é necessária mais do que nunca. Tecnologias e inovações diversas surgiram por conta das crises com guerras, doenças e espera-se que com esta pandemia tenhamos como herança mais inclusão digital, acessibilidade, criação de competências digitais e sem que isso se torne rotina na nova era. Os professores precisaram se reinventar e psicopedagogos também precisam se adaptar a esse novo entendimento de aperfeiçoamento tecnológico, inclusive os psicopedagogos clínicos que precisaram se organizar com os atendimentos de forma remota. Avaliações, anamneses e intervenções também precisaram ser organizados de forma que se mantenha o profissionalismo e a ética dos psicopedagogos clínicos. 

A reflexão mais importante deste estudo, que precisou levar em consideração a necessidade da tecnologia e do desenvolvimento das competências digitais, é pensar que o aluno ainda precisa ser o protagonista da sua própria aprendizagem, participando desse processo independentemente se for presencial ou virtual. Esta reflexão foi o resultado do estudo das competências digiais através do estado da arte, onde o conhecimento de como deve ser feita a criação de conteúdo é crucial, levando em consideração a necessidade real do aprendente em tempos de pandemia e isolamento social.

Os encontros com o Grupo Vozes da Pedagogia e a leitura do livro Educação em tempos de Pandemia Covid-19 trouxe o conhecimento necessário para se entender a necessidade da humanidade em se aprimorar nas tecnologias digitais e assumir a importância dela no desenvolvimento humano por conta do isolamento social. Isto leva a entender também que para os "nativos digitais", que é esta geração que já nasceu tecnológica, não tem mais sentido aprender sem o apoio das ferramentas virtuais e digitais. 

A pesquisa através do documentário deste estágio traz outra reflexão importante com relação ao ensinar, levando em consideração a melhor forma de aprender para o indivíduo. Apesar do documentário citar que esta ação pedagógica e metodológica é ideal para as crianças com dislexia, um espaço para um grande questionamento foi gerado dentro desta investigação: Será que a metodologia onde se avalia a forma como o indivíduo aprende para melhor ensiná-lo e desvendar as suas potencialidades, deveria ser apenas para o aprendente com dificuldades ou transtorno de aprendizagem? Esta metodologia não poderia ser usada por todos os alunos, mesmo sem dificuldades, aumentando o estímulo e a vontade em aprender?

A investigação sobre jogos digitais ideais para crianças com transtorno de aprendizagem foi uma parte bem interessante pois existem muitas opções, mas que precisam ser olhadas com cautela e serem aplicadas de forma assistida para que se tenha um resultado positivo e melhorar a aprendizagem, levando em consideração também o tempo de exposição na tela para cada faixa etária. 

Os problemas causados por conta do isolamento social, na questão da saúde física e mental, estimularam a pesquisa de técnicas e brincadeiras que podem apoiar as crianças que estão em casa, com relação a energia acumulada e a ansiedade. Mesmo que estas técnicas não possam substituir efetivamente a sociabilização, elas aliviam a pressão e o medo oriundos da sensação de falta de controle que a Pandemia trouxe para a humanidade. A criação do material manipulável para este estágio foi sem dúvida, a parte mais emocionante e motivadora, pois abriu o campo das possibilidades para a criação de conteúdos que podem ser ministrados de forma digital e que podem apoiar as famílias, os educadores e os psicopedagogos clínicos com relação às intervenções que podem ser orientadas por via remota. 


4 REFERÊNCIAS 


MACHADO, Dinamara Pereira. Educação em tempos de covid-19 [livro eletrônico]: reflexões e narrativas de pais e professores. 1. ED. Curitiba: Editora Dialética e Realidade, 2020. 


HADDAD, Monaliza Ehlke Ozorio. Avaliação psicopedagógica clínica [livro eletrônico]. 1.ed. Curitiba: InterSaberes, 2019. (Série Panoramas da Psicopedagogia)

FARIAS, E, GRACINO, E. Dificuldades e distúrbios de aprendizagem. 1.ed. Curitiba: InterSaberes, 2019. (Série Panoramas da Psicopedagogia).


ARAUJO, R; OLIVEIRA, G. P. Oliveira Potenciais danos silenciosos da pandemia COVID-19 em crianças com transtorno do neurodesenvolvimento e paralisia cerebral. P de Vista - residenciapediatrica.com.br, São Paulo, 12 de agosto 2020. Disponívelemhttps://cdn.publisher.gn1.link/residenciapediatrica.com.br/pdf/pprint418.pdf Acesso em 21 de dezembro 2020.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. A Assistência Neuropediátrica em Tempos de Pandemia. Departamento científico de neurologia. Novembro 2020.  Disponível em:  https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/22801c-DC-Assist_Neurpediatrica_em_tempos_de_pandemia.pdf Acesso em 21 de dezembro 2020. 


MANTOVANI, A.M.; SANTOS, B.S. Aplicação das tecnologias digitais e virtuais no contexto psicopedagógico. REVISTA DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOPEDAGOGIA. São Paulo, 2011. Disponível em: http://www.revistapsicopedagogia.com.br/detalhes/160/aplicacao-das-tecnologias-digitais-virtuais-no-contexto-psicopedagogico Acesso em 21 de dezembro 2020. 


BLOG. 7 jogos recomendados para crianças com dislexia. Núcleo Paulista de Neuropsicologia Aplicada. São Paulo, 6 de julho de 2017. Disponível em  http://nucleopnpa.com.br/7-jogos-recomendados-para-criancas-com-dislexia/ Acesso em 21 de dezembro de 2020. 


ALMEIDA, C. A. Técnicas de respiração do yoga para crianças. 2016. 36 f. Trabalho de conclusão de curso (licenciatura - Educação física) - Universidade Estadual Paulista, Instituto de Biociências de Rio Claro, 2016. Disponível em: http://hdl.handle.net/11449/155642 Acesso em 21 de dezembro de 2020. 


SARASWATI, S. S. Asana Pranayama Mudra Bandha. New Delhi: Bihar School of Yoga, 1996.


SANTOS, A. G. et al. Yoga, uma abordagem complementar para o desenvolvimento psicomotor da criança na escola. Coleção Pesquisa em Educação Física, Várzea Paulista, v. 12, n. 4, p.135-144, out. 2013.


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