SOUZA, Pérola Machado de
Resumo
Este estudo caracteriza-se
como pesquisa que teve como objetivos compreender sobre o Transtorno de Déficit
de Atenção e Hiperatividade (TDAH), bem como verificar como está sendo
experimentado pelos professores e psicopedagogos de forma real na educação. São
avaliadas e percebidas a
diferença entre os termos inclusão, exclusão, segregação e integração e também
a compreensão da importância de uma escola inclusiva para a sociedade. Os
métodos utilizados foram a observação de uma criança hiperativa numa escola de
educação infantil municipal (CMEI), conversa com a professora e pesquisa
bibliográfica. A conclusão desse estudo demonstra que na prática a inclusão não
está sendo eficiente por fatores estruturais tanto físicos como nas áreas de
capacitação.
Palavras-chave:
Inclusão, exclusão, hiperatividade.
É
preciso compreender a diferença dos termos inclusão, exclusão, segregação e
integração para entender e modificar o que está acontecendo de fato com a
educação. Na prática a inclusão está levando à exclusão, mesmo com as políticas
públicas estarem se mobilizando para ocorrerem as mudanças positivas para que a
inclusão realmente aconteça. O nome do
que está acontecendo na realidade é a integração. Na inclusão, a escola
propicia o acolhimento, se responsabiliza pelo desenvolvimento do aluno com
deficiência, planeja solução, aceita com ele é e integra a família. A exclusão
acontece porque na integração (tentativa de inclusão) a responsabilidade do
aprendizado é do aluno e da família que muitas vezes é cobrada pela dificuldade
de adaptação do aluno, e muitos casos de segregação, ou seja, o aluno não
participa das atividades que os outros alunos fazem e acaba sendo deixado de
lado. No caso da criança com Transtorno de Déficit de
Atenção e Hiperatividade (TDAH) ainda existe a visão de que a criança veio sem
limites de casa e não respeita a escola. Na prática professores sofrem com
falta de estrutura e capacitação para poderem realizar de fato a inclusão.
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é uma
das deficiências que mais tira a paciência dos professores uma vez que o
hiperativo não dá muito tempo e tranquilidade para o que o professor possa dar
sua aula, agita os outros alunos, chama muito a atenção e não fica muito tempo
nas atividades como as outras crianças. Visto, por muitas pessoas, como mal
educado e sem limites, o TDAH tem como características a combinação da
dificuldade de atenção e da agitação motora e não somente hiperatividade. É
observado em crianças porque tem início nesta faixa etária e nem sempre
continua na vida adulta. Os sintomas do TDAH incluem a impulsividade, pequenos
acidentes decorrentes, mudança de foco rápida, impaciência, irritabilidade com
pessoas mais “lentas”, dificuldade em terminar tarefas, dificuldade em colocar
em prática suas ideias, problemas em se expressar, pouca ou nenhuma tolerância
à frustração, problemas com organização, tendência ao isolamento e necessidade
de adrenalina.
Na sala de aula, o hiperativo agita as mãos ou pés com frequência,
abandona sua cadeira, corre, escala pelas carteiras e cria situações
inapropriadas. A criança com TDHA fala demais e não espera as perguntas serem
completadas. Uma das maiores dificuldades é aguardar a sua vez para as
atividades. Sofre de ansiedade excessiva e interrompe ou intromete-se em
assuntos alheios. Isso resulta em dificuldade em aprender sendo desconcentrado
e apresentando dificuldade de memória.
Apesar de todos os problemas citados acima, a criança com TDHA tem
potencialidades que se forem bem aproveitadas resultarão em adultos felizes,
realizados e produtivos. São potencialidades que demonstram que a criança com
TDHA tem pensamentos originais e que possui muitos talentos criativos.
Altamente intuitivos e afetivos, a criança com essa deficiência tem um jeito
diferente de encarar a própria vida e tem um comportamento generoso. Geralmente
tem uma inteligência acima da média e se algo lhe agradar conseguirá ter um
ótimo foco. Os adultos com esse transtorno podem ser muito bem sucedidos pois
são criativos, espontâneos e proativos. Sua impulsividade também leva a ser
uma pessoa mais decidida e a hiperatividade pode ser uma fonte excelente e
inesgotável de energia. Apesar disso, como é uma criança que apresenta muita
dificuldade de adaptação, a taxa de punição, suspensão e expulsão escolar é
três vezes maior do que a dos demais alunos. Sendo assim a segregação é muito
visível nesse tipo de deficiência e a exclusão é a principal consequência.
Segundo o blog aprendizagem tdah, o papel do professor e da escola é
apoiar o tratamento que é feito por psicoterapia e nutricionista (é comprovado
que determinados alimentos deixam as crianças mais agitadas). Em sala de aula é
necessário que o professor trabalhe com rotinas claras e previsíveis, que a
sala seja organizada de forma circular, a criança precisa ficar perto do
professor que deve colocar limites claros e objetivos. A criança com TDHA deve
ficar afastada de portas e janelas para evitar distrações e sempre manter
contato visual com o professor. As atividades devem ser intercaladas em alto e
baixo interesse e as aulas devem ser mais estimulantes e curtas para prender a
atenção do aluno. Finalmente o professor precisa manter contato com a família e
com o psicoterapeuta para que juntos consigam colocar em prática a inclusão e
não apenas integrar a criança com TDHA que poderá no final disso tudo terminar
frustrada se não tiver vontade, compreensão e paciência por parte dos profissionais.
Referências
Inclusão escolar: um desafio Esteban Reyes Celedón
http://teleduc.proinesp.ufrgs.br/cursos/diretorio/tmp/72/portfolio/item/70/inclusao.htm.
Acesso em: 11 jul. 2016.