RESENHA: Capítulo 9
Livro: Georg FeuresteinPáginas 271 a 275
Livro: Georg FeuresteinPáginas 271 a 275
Na história do yoga sempre houve praticantes com intelectos espetaculares que deixaram um legado forte para o desenvolvimento da prática e fortalecimento da cultura hindu. Neste contexto pode-se citar Shankara como defensor da metafísica hindu, adepto do Yoga que viveu no século VIII d.C., além de outros mestres budistas e pensadores que chegaram a influenciar os praticantes espirituais contemporâneos como Max Müller, criador da disciplina comparada.
Da mesma maneira, o adepto do yoga que representou o clímax do desenvolvimento da prática foi Patanjali, que foi considerado o compilador do Yoga-Sútra,que segundo Christopher Chaple, pesquisador do Yoga, relatou no estudo de feurestein: “Patanjali fez o Yoga Sútra apresentando sem preconceito toda uma diversidade de práticas, numa metodologia profundamente arraigada na cultura e tradições da Índia”.
A Escola de Patanjali foi reconhecida como o sistema oficial do Yoga (Darshana) e é possível que ele tenha sofrido alguma influência do Budismo que era forte naquele período (Século II d.C) que é a data provável da existência de Patanjali.
A Índia reconhece outros “patanjalis” que foram sacerdote védico, um mestre Sâmkhya, autores e até mesmo mestre de Yoga da tradição Shaiva, mas nenhum foi de fato o próprio Patanjali, que segundo a tradição hindu foi uma encarnação de Ananta, o rei da raça da serpentes que guarda os tesouros ocultos da terra, isto é, o conhecimento esotérico. É por isso que muitos yogins começam as suas práticas do yoga com reverência ao sistematizador, o Senhor das serpentes.
Tudo que existe sobre Patanjali é especulação e a maior probabilidade é que ele tenha sido chefe de uma escola onde o estudo (swadhyaya) era o aspecto mais importante da prática. Ao escrever os aforismas, trabalhou com obras que já existiam e assim, ele não foi o criador, mas sim, o compilador das obras.
Mesmo muitos ocidentais afirmarem que Patanjali foi o pai do Yoga, a tradição pós-clássica diz que o criador foi Hiranyagarbha, o “germe de ouro” que significa o embrião da criação. Portanto, ele não é um indivíduo, mas sim, uma força cósmica primordial, sendo um símbolo do poder onde o processo espiritual é revelado.
O Yoga Clássico leva esse nome porque Patanjali deu uma forma clássica à tradição. A obra cuida da definição dos elementos mais importantes da teoria e da prática do Yoga. Sútra significa “fio” (fios perdidos da lembrança de complexas exposições com as quais ele já estava perfeitamente familiarizado), que são meias frases, como notas tomadas em aulas para aqueles que já conheciam as instruções sobre o assunto, segundo a História da Filosofia Indiana de Surendranatha Dasgupta.
O Yoga Sútra é composto de 195 aforismos ou sútras (algumas edições com 196), com versões diferentes, mas que não alteram o sentido da obra. É dividido em 4 capítulos (padas) onde o praticante pode se beneficiar muito com o estudo da compilação de Patanjali.
Namastê
Pérola de Souza
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