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domingo, 28 de fevereiro de 2010

Resenha: Mahabharata_A grande epopéia do homem


MAHABHARATA
Quinze vezes maior que a Bíblia e composta durante um período de cerca de 400 anos, entre os séculos 2 a.c e 2 d.c, o Mahabharata, um termo em sânscrito que significa “a grande história da humanidade”, fala da essência cultural indiana.
A história conta uma disputa de reino de dois grupos de primos e que resulta numa apocalíptica batalha onde os conflitos decorrem da desobediência do dharma (lei que rege a ordem secreta e pessoal).
A história é contada por Vyasa, um velho eremita, sujo, maltrapilho e tomada por Ganesha, que a escreve num livro. A história começa na Idade do Ouro e a terra (reinado de Santanu) vivia sem atribulações e misérias. Apaixonado por Satyavati, mãe de Vyasa, o rei foi pedi-la em casamento ao pescador que a havia criado. A condição é que o filho que tivessem fosse o rei depois dele. O rei não podia atender ao pescador pois Bhishma era o sucessor. O rei definhava de tristeza e Bhishma foi procurar o pescador, prometendo-lhe em troca de Satyavati, renunciar seus direitos e jamais aceitar o amor de uma mulher para evitar que seus descendentes reclamassem o reino.
Santanu e Satyavati tiveram dois filhos. Um morreu na guerra e o outro em sua noite de núpcias deixando dua viúvas. Santanu também já havia morrido e Bhishma recusou quebrar o seu voto. Satyavati recorreu a Vyasa para continuar a dinastia e ao vê-lo ficou repugnada pelo seu aspecto, fechou os olhos e seu filho, Dhritarashtra, nasceu cego. A segunda por causa do mau cheiro do poeta, perdeu as cores e seu filho, Pandu nasceu branco como o leite.

Como Dhritarashtra não podia ficar no trono por ser cego, Pandu foi coroado, casando-se com duas mulheres, Kunti e Madri.

Kunti, que tinha o poder de ter filho das divindades, teve Karna, o filho do sol, o qual ela abandonou num cesto na correnteza de um rio, sendo criado por um cocheiro.

Um dia Pandu foi amaldiçoado na floresta por uma gazela, por ele ter tentado cassá-la quando esta acasalava. Se um dia Pandu tomasse uma das esposas, morreria como a gazela morreu. Amargurado, decidiu perdeu-se na floresta mas foi seguido por suas esposas (kunti e Madri).
Pandu entregou as insígnias reais a Dhritarashtra, que logo se casou com Gandhari, uma princesa do Norte. Triste por não poder ter filhos, Kunti decidiu usar um mantra e assim nasceu Yudishstthira, Bhima e Arjuna. Madri emprestou o mantra e invocou os gêmeos dourados, os belos Nakula e Shadeva, conhecidos como Pandavas.



Gandhari (esposa de Dhritarashtra), ficou grávida de uma bola de carne dura e fria, tentou jogá-la num poço, mas Vyasa a impediu, mandando que cultivasse e assim nasceu os cem filhos, portadores de violência, conhecidos como Kauravas. O primeiro deles era Duryodhana.

kauravas
Bhishma tentou dar uma educação exemplar aos Kauravas e aos filhos de Pandu, que morrera nos braços de Madri no Himalaia. Duryodhana tentou várias vezes matar os primos pandavas e Bhima também atormentava os primos.
duryodhana



Drona, o mais célebre mestre de armas ofereceu-se a Bhishma para educar os jovens. Colocando-os em teste, percebeu as potencialidades de Arjuna e prometeu fazer dele o melhor arqueiro do mundo.
Drona
Muitos anos depois, enquanto os Pandavas e sua mãe Kunti viviam fora do palácio, Duryodhana procurava mantê-los distantes e sem muito recursos. Um dia, o filho secreto de Kunti e do Sol, desafiou Arjuna que era o mestre do Arco. Dessa forma foi nomeado rei do país de Anga por Duryodhana. O combate não se realizou, mas karna prometeu abater Arjuna um dia. Teve apoio de Duryodhana.
arjuna
Arjuna conquistou a bela princesa Draupadi e os cinco Pandavas casaram com ela. Krishna convocou os irmãos, avisando que Yudishsthira (o irmão mais velho) deveria ser o rei da dinastia e para evitar uma guerra, seu tio Dhristarashtra concedeu-lhes a terra de Khandavas-Prastha, onde os irmãos transformaram num reino próspero por seis anos. O palácio era mágico e Yudishsthira convidou todos os reis e seus tios e primos para conhecerem o novo palácio.
Yudishsthira


Duryodhana com inveja da prosperidade dos primos, aliou-se a seu tio Shakuni, mestre no jogo de dados e desafiou Yudishsthira, que tinha como fraqueza o jogo e sendo desafiado, não resistiu e perdeu todo seu reino, os irmãos e a esposa Draupadi, que lançou uma maldição sobre os Kauravas.
O rei cego, com medo da maldição, libertou os Pandavas, mas Duryodhana, temendo a guerra, mandou recapturá-los. Yudishsthira aindda perdeu mais uma partida onde resultou num exílio de 12 anos na floresta sem serem descobertos, senão, teriam que ficar mais 12 anos. Nesse tempo, Arjuna foi à Shiva onde obteve a Pasupata, a arma absoluta, capaz de destruir o mundo.

No 13º ano os Pandavas foram viver disfarçados no reino de Virata. Draupadi impulsionou Arjuna para uma guerra provocada pelos Kauravas, revelando o segredo dos Pandavas. Assim o grande conflito começou no campo de Kurukshetra.
Tudo estava pronto. Bhishma comandava os Kauravas que também contavam com a ajuda de Drona. Arjuna chefiava os Pandavas. Krishna era o seu cocheiro.

No início do combate, Arjuna demonstra seu pavor a Krishna, pois teria que matar seus parentes queridos. O ensinamento que fez Arjuna lutar contra seu próprio ego e apegos está contido no Bhagavad-Gita, dentro do próprio Maha-bharata. Assim, Arjuna soprou sua concha e os exércitos começaram a lutar. Quando a guerra terminou, milhares de guerreiros estavam mortos. Todos os Kauravas e todos os filhos dos Pandavas e de Draupadi também. O reino ficou em paz durante 36 anos e os Pandavas e Draupadi envelheceram amados por todos.
No fim desse tempo, Krishna viu seu reino ser esfacelado e foi morto por um caçador numa floresta. Dhritarashtra e Gandhari foram morrer na floresta.
Diz a história, que todos os irmãos Pandavas caíram num abismo, menos Yudishsthira, que depois foi convidado para entrar no paraíso onde estavam todos os seus entes queridos. Encontrou lá também seus primos. Seus irmãos e sua mulher estavam nas profundezas da terra e foi levado pra lá de onde saíam gritos, urros e gemidos. Revoltado, renegou os deuses e recusou-se a voltar para o paraíso. Assim, a cena se dissipou e em seu lugar apareceu árvores, pradarias e um rio calmo, onde estavam seus irmãos e Draupadi, Drona, Bhishma, seus tios, sua mãe e o próprio Vyasa, todos felizes. Chegou o tempo de paz.


BIBLIOGRAFIA
ALMEIDA, Maria Cristina Rosa de Almeida, Mahabharata – A grande Epopéia do Homem – PLANETA, dezembro/91
Ilustração: www.facebook.com

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