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sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Resenha: JAINA YOGA: A DOUTRINA DOS PONTÍFICES VITORIOSOS

O Jainismo é uma das mais antigas religiões da Índia e é uma doutrina heterodoxa, ou seja, diferente e contrário do hinduísmo principalmente por ser contra a casta dos Brahmanes, dos rituais védicos e sistema patriarcal.
Considerada uma doutrina rival, visto pelos hindus como ramo colateral do Hinduísmo, mas que não constituem ameaça nenhuma por ser seguida por um pouco mais de três milhões de pessoas apenas. Mas é um grande movimento sociorreligioso que se destaca pela observância de importantes preceitos morais, entre eles a não-violência (ahimsá).
É uma prática de tapas (ascese) com ênfase especial na renúncia e num rigoroso código de ética. Mestres jainas que vieram depois de Cristo incorporaram muitas idéias e práticas do yoga hindu principalmente o de patanjali.
O Jainismo foi fundado por Vardhamâna Mahâvira (séc. VI a.c) que era poucos anos mais velho do que o Buda e reconhecia a existência de vários Mestres (jinas – vitoriosos porque haviam vencido o “eu”) que viveram antes dele e dos quais ele se via como devedor. Por isso o termo “pontífice”, construtor de pontes entre este mundo e o outro, ou seja, entre a ilusão e o real. Mahâvira era considerado o vigésimo quarto e último pontífice. O primeiro teria sido o legendário Rishabha e que pode ter vivido por 8,4 milhões de anos. No Rig-Veda, no Taittiriua- Aranyaka e no Bhagavat-purana existem referências sobre um vidente Rishabha, mas não se pode afirmar que tenha sido ele de fato.
Vardhamâna Mahâvira provavelmente pertencia a uma família rica da casta guerreira, talvez em Varanasi. Doze anos depois de começar a sua caminhada espiritual, ele atingiu a iluminação e começou a pregar a verdade logo em seguida de forma carismática, com desapego e muita dedicação. Andava nu como exemplo da sua renúncia e essa questão da nudez dividiu a comundiade jaina em duas sietas por volta do ano 300 a.c.
Até hoje existem os jainas nus – Digambaras (vestidos de espaço) e os Shvetâmbaras (vestidos de branco) que optaram por essa forma de renúncia. As mulheres não podem ficar nuas ainda até que renasçam num corpo de homem, a não ser Malli que foi a décima nona pontífice.
Conforme expõe os Shvetâmbara, o cânone das escrituras sagrada jainas tem quarenta e cinco livros. Já os Digambaras admitem que nenhuma das obras canônicas dos primeiros tempos foi conservada. Os livros jainistas costumam ser chamados de âgamas e tem obras semelhantes aos Upanishads.
Existem obras extracanônicas como o Tarangavati, poema escrito por Padalipta Suri, Pauma-Cariya de Vimala e o famoso Tattva-Artha de Umasvati considerado o maior filósofo do Jainismo ( Sua influência dentro do Jainismo é comparável a Shankara no Hinduísmo). Existiram outras obras importantes que contribuíram também para a filosofia indiana e embora os Digambaras rejeitem os cânones Shvetâmbaras, eles o citam frequentemente. Alías é válido ressaltar que apesar da rivalidade das duas seitas, as diferenças são mínimas. O Jainismo conseguiu preservar os seus ensinamentos originais por mais de dois milênios.
No século XIII, os mulçumanos destruíram milhares de monges, templos,e bibliotecas debilitando a cultura jaina. Mas movimentos como o Anuvrta, fundado por Acarya Tulasi em 1949 conseguiu manter os votos do jainismo na Índia.
Semelhante ao Hinduísmo e ao Budismo, o Jainismo prega um caminho que leva à libertação através da doutrina do Karma , mas com uma extensão até então não vista ainda. A idéia que a ação e reação se apliquem também no domínio psíquico ou moral, usando o medo como fator predominante para se determinar o futuro ou outras encarnações. Já as tradições indianas afirmam que essa condição pode ser transcendida no momento da libertação.

Capítulo 7
O YOGA NO BUDISMO
Buda provavelmente nasceu em 563 a.C de morreu aos oitenta anos de idade. Budismo é o nome da tradição cultural que se criou através dos ensinamentos de Buda. Nessa época, a religião dos brâhmanas, era uma formalidade cansativa e que aborrecia a muitos e o povo ansiava por um outro caminho.
A personalidade carismática e bondosa do Buda, que era um aristocrata, ajudou a espalhar sermões que ele pregou e que foram registrados na língua pali. Buda nasceu no clã dos Shakyas de Koshala, sul do atual Nepal. Cresceu e foi criado na riqueza e aos vinte e nove anos, cansado da vida protegida saiu em busca da sabedoria.
Aproximou-se de vários mestres famosos da época e percebeu que os estados que atingia não eram suficientes para se chegar a verdadeira Iluminação. Permaneceu em profunda meditação por seis anos, jejuando quase até a morte. Depois percebeu que esse não era o caminho que levava à emancipação e voltou a pedir esmolar para comer, como fizer antes e através de uma nova percepção entregou-se ao processo espontâneo de meditação tornando-se um ser desperto (buddha).
Conta a história que Buda alcançou a Iluminação sentado sob uma figueira (árvore bodhi – árvore da Iluminação) no mês de maio numa noite de lua cheia. O dia de lua cheia de maio de 1956 foi reconhecido como o 2.500º aniversário da iluminação do Buda.
A constituição dos fundamentos de seus ensinamentos é formada por uma mente liberta de desejos e concepções errôneas que vem do ego, a compreensão da ignorância e da servidão espiritual.
Procurou os cinco ascetas que foram seus companheiros por muito tempo e fez seu primeiro sermão no Parque dos Veados de Sanath e chamou o seu caminho de “caminho do meio” (madhya-marga). Revelou as quatro nobres verdades do sofrimento, de desejo como causa do sofrimento, da eliminação dessa causa de e do nobre caminho óctuplo.
Fundou mosteiros e por quarenta e cinco anos, vagou pelo norte da índia ensinando a todos os que se dispunham a ouví-lo, sem nunca cobrar.
A disseminação da doutrina Búdica se deu depois da sua morte no atual Nepal e foi no reinado do famoso imperador Ashoka que o Budismo deixou de ser uma seita local para transformar-se em religião de Estado.
O Budismo dividiu-se em duas tradições: o Hînayâna (pequeno veículo) e Mahâyâna (grande veículo) e as duas afirmam ter o verdadeiro e original conhecimento de Buda. Hînayâna refere-se aos textos escritos na língua Pali, é voltada para o indivíduo e punha como prioridade a extinção total do desejo (nirvana). As escolas Mahâyâna achavam essa atitude egoísta e substituíram por um pensamento mais holístico. Os textos de estudo da escola Mahâyâna eram em Sânscrito.
O Budismo também sofreu com a destruição de vários legados, no século V d. com as invasões dos hunos. Mas a erradicação da Índia se deu pela obra de Shankara, o maior dos mestres do Vedanta, cuja doutrina não dualista é semelhante à doutrina do Budismo Mahâyâna.
Assim, o Budismo se estabeleceu mais fortemente no Sri Lanka, Indonésia, China e no Japão. Duzentos anos depois conquistou o Tibete e no século VIII, o Afeganistão. Hoje acredita-se que haja mais de 500.000 budistas só nos Estados Unidos.






UMA PROCURA DE ESCLARECIMENTO
A história conta que no século VI a.c surgiram vários pensadores importantes que contribuíram para a evolução da filosofia com um destaque para a responsabilidade perante o destino, ou seja, o ser humano passa a ser dono daquilo que acontece na sua vida. Coincidência ou não, na mesma época em que surgiu o profeta Jeremias em Israel com esse pensamento, apareceu Anaximandro na Grécia (todas as formas de vida surgiam da mesma fonte) e Heráclito citando a impermanência como característica básica da vida. Outro importante pensador surgiu na China, Confúcio com preceitos morais enquanto que na Pérsia, Zaratrusta defendia que o homem devia escolher entre o bem e o mal. Na Índia os homens tinham os mesmos questionamentos e se transformou no centro de criação religiosa e assim, surgiam novas concepções sobre o universo e uma formulação nova de crenças.
A inspiração para a criação de novas crenças na Índia veio das Upanishads que continham muitos temas que deram a base religiosa do Jainismo e do Budismo. Lembrando que as Upanishads não trazem declarações absolutas sobre o certo e o errado, sobre a criação, deuses e sobre os homens. Mas as Upanishads questionam a verdade sempre oferecendo um leque de possibilidades e é a literatura mais sagrada dentro do ponto de vista religioso trazendo questões sobre quem somos, de onde viemos e para onde vamos. Talvez o único absolutismo das Upanishads tenha sido que viemos todos do mesmo lugar, ou seja, de um único espírito (divina essência) chamado Brahma e de onde vinha também todas as formas. Mesmo assim as Upanichads referenciavam os inúmeros deuses antigos e os indianos continuaram a ser politeístas, mas o sentido de monismo é o temo predominante das religiões indianas (é o espírito invisível que a tudo se estende).
Segundo as Upanishads o homem que não compreende essa compreensão continua o sofrimento nos renascimentos repetidos e o progresso da alma é regulado pelo carma, lei de causa e efeito. Ou seja, a sua próxima encarnação vai depender do carma estabelecido nessa existência pela suas ações e pensamentos atuais.
Como auxílio nesse avanço de novos nascimentos surge o darma, o dever que temos nessa existência. Se for seguido corretamente, ou seja, se o ser humano realizar aquilo que veio fazer como obrigação, o nascimento na outra existência será recompensatório. Enfim o ciclo de renascimento, o conceito e carma e o de darma se tornaram a base da crença indiana.
Ainda nesse mesmo século surgiram outros intelectuais desafiando os brâmanes. Alguns se tornaram hedonistas (filosofia de prazer mundano) e outros ascetas que buscavam a liberdade da interferência mundana e realizando práticas impressionantes como os faquires e realizadores de façanhas desafiando a natureza. Esses ascetas combinavam as práticas desafiadoras com concentração mística e habilitavam os seus espíritos deparando-se com intuições novas e preciosas. Muitas voltavam as cidades levando novos pensamentos e adquiriram adeptos e os cultos heterodoxos se espalhavam. Muitos desses cultos eram antibrâmanes. Centenas de cultos surgiram, mas dois realmente sobreviveram e conseguiram alterar a tradição brâmane que foram o jainismo e o budismo.
Vardamana, criador do Jainismo era um asceta desde o começo da sua vida, mas viveu uma vida aristocrática até os 30 anos quando seus pais morreram. Tornou-se mendigo e logo depois abandonou o vestuário e passou a andar nu, como forma de renúncia, dedicando 12 anos à austeridade. Aceitava o carma e a reencarnação, os conceitos de Átman e de Brahma, mas com interpretações novas. Atribuía alma a todos os seres, ate mesmo aos rios, árvores e pedras. Dizia que por rigorosa abstenção de mau procedimento, o homem podia livra-se de suas impurezas, clareando sua alma manchada. Assim a alma deixaria de renascer. Para os Jainas o maior objetivo era a purificação da alma e a única maneira de conseguir essa pureza era entrando para um mosteiro e não fazer coisa alguma. Pregava que matar qualquer forma de vida produziria terríveis resultados espirituais. Essa proibição era tão séria que os jainas tinham cuidados para não matar insetos varrendo o chão por onde passavam ou colocando máscara sobre o nariz e sobre a boca para não matar insetos acidentalmente com a respiração.
Nos dias atuais os jainas ortodoxos não comem carne e só se alimentam ao dia para não matar acidentalmente os insetos no escuro. Para eles a realização suprema era cometer suicídio por inanição. Assim Mahavira jejuou até morrer aos 72 anos. Mesmo para aqueles não viviam em mosteiros, os conceitos vividos do carma de Mahavira e os preceitos de honestidade e justiça eram tão fortes que foi possível levar essa religião para a vida urbana.
Uma religião mais forte então surgiu com outra pessoa: Sidara Gautama, conhecido como Buda. Muitas lendas cercam o nascimento de Buda e de acordo com uma delas cinco dias depois de seu nascimento os adivinhos profetizaram que o menino seria um Imperador Universal e que quatro sinais lhe revelariam as misérias do mundo.
Os sinais se revelaram. O primeiro foi quando Buda descobriu que os homens envelhecem, o segundo é que os homens sofrem com as doenças, o terceiro foi um homem morto e o quarto um mendigo contente. Com este último Sidarta entendeu que os homens podiam ter paz, afastados do mundo e assim achou o seu destino.
Começou a sua jornada aos 29 anos e da maneira tradicional aos pés de um guru que ensinava as Upanishads, mas que não conseguiu satisfazê-lo. Assim juntou-se a um grupo de cinco ascetas e foi para a floresta. Comia apenas um caroço de feijão por dia e emagreceu muito. Até um dia, depois de seis anos de renúncia, perdeu os sentidos e voltou a si socorrido por uma moça da aldeia e que lhe deu mingau para comer. Percebeu que esse não era o caminho e deixou os ascetas que não quiseram deixar a renúncia. Foi para uma meditação solitária, debaixo de uma figueira e resolveu que só sairia dali que entendesse os mistérios da vida. Tornou-se assim o Buda, “o esclarecido”. Foi então para a cidade ensinar o que tinha aprendido e proclamou as Quatro Nobres Verdades e o Caminho de oito passos que se tornaram conceitos fundamentais do budismo.
O caminho de Oito Passos é uma regra de vida assim como os Dez mandamentos. São eles: a Compreensão Certa (conhecendo as quatro nobres verdades), o Objetivo Certo (o homem deve aspirar a salvação), a Palavra Certa (não mentir e não caluniar), o Procedimento Certo (com cinco preceitos: não matar, não roubar, não mentir, não ser sensual, não beber intoxicantes), um Meio de Vida Certo (com uma ocupação que leve à salvação), o Esforço Certo (força de vontade), Consciência Certa (examinar o seu procedimento) e a Meditação Certa (a fim de atingir a salvação).
Características importantes dos ensinamentos de Buda foram: ensinar em língua corrente assim os ensinamentos alcançavam mais pessoas e qualquer pessoa podia ser o caminho desde que se empenhasse. Com o tempo centenas de mosteiros surgiram e continham milhares de monjes e monjas pela Índia que seguiam o Caminho de Oito passos. Portanto, Buda colocou a salvação ao alcance de todos. Com o tempo a religião se dividiu como Veículo Maior que o maior número de víeis (cerca de 250 milhões na Ásia atualmente) e Veículo Menor. Mas mesmo tendo muitos adeptos pela Ásia, o Budismo foi praticamente erradicado da Índia com o surgimento do Vedanta de Shankara.

Comentários e Observações finais:
Sem dúvida nenhuma a Índia é o País mais espiritualizado do mundo pelo que se pode observar na história da humanidade. Antes das grandes religiões surgirem a intuitiva MahaBaratha já dispunha de rituais, acervos de ensinamentos sagrados, pensadores, sacerdotes um grande culto de forças naturais. Essas idéias inspiraram grandes religiões como o Jainismo e o Budismo e porque não dizer que influenciaram até mesmo o Cristianismo? Já começa pelo nascimento lendário dos grandes homens como Buda, Cristo e até mesmo o próprio Patanjali, sempre com histórias “mirabulantes” e profecias. Idéias sobre o comportamento correto e compreensão certa do ego, renúncias e com uma visão de que “colhe-se o que se planta” estão incutidas em todos os seguimentos religiosos. Mesmo as religiões que não são tão praticadas deixaram uma mensagem importante no mundo e são princípios nobres que depois se transformaram nas nobres pregações de Buda, pregações de Cristo e que influenciam as leis dos homens até os dias atuais. Atos como matar, mentir, roubar são duramente punidos nessa existência pelas leis do planeta e isso talvez seja o correto, mas fazer o ser humano acreditar que isso atrapalha a sua salvação da escravidão do renascimento é a forma mais dura e consciente de punição. Ao meu ver é a forma mais corretade transformar o ser humano em uma pessoa melhor, mas provavelmente não é a mais fácil já que é preciso que lei interfiram para que a pessoa pare de prejudicar aos outros. Uma forma de tentar conscientizar não tão eficaz como tornar a pessoa consciente através da crença. Fica muito mais difícil para a pessoa entender de que ela é responsável de tudo o que acontece com ela. Muitas pessoas no ocidente optam pelas religiões onde é mais fácil culpar o mal, os seres do mal, influências do mal por suas más ações. Ou seja, tenho visto as grandes religiões atuais pregarem que a responsabilidade de matar e roubar não é culpa das pessoas e sim dos demônios que as cercam. Então hoje posso roubar e alegar que eu estava possuída por um ser a que chamam de diabo me tirando a responsabilidade do meu ato. Assim, se eu me entrego à Igreja, eu encontro a salvação.
Vejo que o que está faltando explicar é que esses demônios são nossos ruídos internos e nós mesmos trazemos esses demônios internos á tona com nossas más escolhas e ações erradas. A responsabilidade volta a ser nossa.
Para finalizar acho que foi uma pena o Budismo não ter ancorado na Índia e ter deixado espaço para outras religiões como o Islamismo que não teve o mesmo berço. Percebo também pela mídia que o Budismo tem ocupado um espaço bem maior aqui no ocidente e o Cristianismo no Oriente. Talvez seja essa a grande mudança de órbita que tantos estão afirmando que está para acontecer no grande planeta terra.

Namastê
Pérola de Souza

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
FEURESTEIN, G. A tradição do Yoga, São Paulo: Pensamento, 2006.
SHULBERG, Lucilla, Uma Procura de Esclarecimento, Coleção Biblioteca Universal Life.

Resenha: A HISTÓRIA E A LITERATURA DO PATANJALI-YOGA


RESENHA: Capítulo 9
Livro: Georg FeuresteinPáginas 271 a 275

Na história do yoga sempre houve praticantes com intelectos espetaculares que deixaram um legado forte para o desenvolvimento da prática e fortalecimento da cultura hindu. Neste contexto pode-se citar Shankara como defensor da metafísica hindu, adepto do Yoga que viveu no século VIII d.C., além de outros mestres budistas e pensadores que chegaram a influenciar os praticantes espirituais contemporâneos como Max Müller, criador da disciplina comparada.
Da mesma maneira, o adepto do yoga que representou o clímax do desenvolvimento da prática foi Patanjali, que foi considerado o compilador do Yoga-Sútra,que segundo Christopher Chaple, pesquisador do Yoga, relatou no estudo de feurestein: “Patanjali fez o Yoga Sútra apresentando sem preconceito toda uma diversidade de práticas, numa metodologia profundamente arraigada na cultura e tradições da Índia”.

A Escola de Patanjali foi reconhecida como o sistema oficial do Yoga (Darshana) e é possível que ele tenha sofrido alguma influência do Budismo que era forte naquele período (Século II d.C) que é a data provável da existência de Patanjali.
A Índia reconhece outros “patanjalis” que foram sacerdote védico, um mestre Sâmkhya, autores e até mesmo mestre de Yoga da tradição Shaiva, mas nenhum foi de fato o próprio Patanjali, que segundo a tradição hindu foi uma encarnação de Ananta, o rei da raça da serpentes que guarda os tesouros ocultos da terra, isto é, o conhecimento esotérico. É por isso que muitos yogins começam as suas práticas do yoga com reverência ao sistematizador, o Senhor das serpentes.
Tudo que existe sobre Patanjali é especulação e a maior probabilidade é que ele tenha sido chefe de uma escola onde o estudo (swadhyaya) era o aspecto mais importante da prática. Ao escrever os aforismas, trabalhou com obras que já existiam e assim, ele não foi o criador, mas sim, o compilador das obras.
Mesmo muitos ocidentais afirmarem que Patanjali foi o pai do Yoga, a tradição pós-clássica diz que o criador foi Hiranyagarbha, o “germe de ouro” que significa o embrião da criação. Portanto, ele não é um indivíduo, mas sim, uma força cósmica primordial, sendo um símbolo do poder onde o processo espiritual é revelado.
O Yoga Clássico leva esse nome porque Patanjali deu uma forma clássica à tradição. A obra cuida da definição dos elementos mais importantes da teoria e da prática do Yoga. Sútra significa “fio” (fios perdidos da lembrança de complexas exposições com as quais ele já estava perfeitamente familiarizado), que são meias frases, como notas tomadas em aulas para aqueles que já conheciam as instruções sobre o assunto, segundo a História da Filosofia Indiana de Surendranatha Dasgupta.
O Yoga Sútra é composto de 195 aforismos ou sútras (algumas edições com 196), com versões diferentes, mas que não alteram o sentido da obra. É dividido em 4 capítulos (padas) onde o praticante pode se beneficiar muito com o estudo da compilação de Patanjali.



Namastê
Pérola de Souza

DICAS PARA VEGETARIANOS E VEGANOS

Ø Cerca de 50% dos vegetarianos têm baixos níveis de vitamina B 12. É importante dosar essa vitamina desde o início da sua modificação alimentar.
Ø Alguns estudos chegavam inclusive a demonstrar que os vegetarianos estariam mais expostos ao risco de desenvolver doenças cardiovasculares do que os onívoros!
Ø Os primeiros sintomas da deficiência é o déficit de memória, perda de sensibilidade nas extremidades, redução do apetite, perda do equilíbrio e sensação de língua inchada.
Ø As únicas fontes de vitamina B 12 confiáveis são as carnes, leites, queijos e ovos. Mas nenhum desses alimentos pode ser considerado fonte segura de B 12.
Ø O ideal é solicitar a dosagem da própria B 12 no sangue, mas atenção: o Hemograma comum e VCM jamais deve ser utilizado para fazer esse diagnóstico.
Ø A forma mais segura de corrigir a deficiência da B 12 é através da via injetável. Pode ser feita a cada 6 meses ou uma vez por ano, sendo uma vitamina bastante segura para uso e os produtos provenientes de grandes marcas da indústria farmacêutica costumam ser mais confiáveis. É proveniente de cultura de bactérias em laboratório e é preciso tomar cuidado porque alguns são derivados de animais. As bactérias mais comuns utilizadas para fabricação são Pseudomonas denitrificans e a Propionibacterium shermanil.
Ø O bom médico ou nutricionista que trabalha com vegetarianos deve solicitar a dosagem dessa vitamina em seus exames.
Ø Não são só vegetarianos ou veganos que tem deficiência de B 12 e é bom ficar atento e manter os níveis sempre acima de 350 pg/ml.
Ø A B 12 é absorvida no final do intestino delgado. A dose de manutenção preconizada para ser tomada uma vez por semana é de 2.000 mcg.
Ø Com a alimentação deve-se ter muito cuidado. Os alimentos que contêm B12 ativa são as carnes, queijos, ovos e leite, além de alimentos enriquecidos. Mas para se ter idéia seria preciso 650 ml por dia de leite para suprir a necessidade diária de B 12. Lembrando que o excesso de Cálcio do leite pode atrapalhar a absorção de ferro.
Ø Algumas poucas pessoas podem apresentar espinhas logo após o seu uso, mas que regridem completamente.



Fonte de pesquisa:
Revista Vegetarianos – Pág 30,31 – Ano 2 – número 15 – Dr. Eric Slywitch
Revista Vegetarianos – Pág 42, 43 – Ano 2 – número 23 – Dr. George Guimarães
Revista Vegetarianos – Pág 56,57– Ano 3 – número 35 – Dr. George Guimarães
Revista Vegetarianos – Pág 32,33 – Ano 3 – número 27 – Dr. Eric Slywitch
Revista Vegetarianos – Pág 32,33 – Ano 3 – número 26 – Dr. Eric Slywitch

MEDITAÇÃO DO OSHO



LIVRO – COMO SILENCIAR A MENTE

O PORQUÊ DA ESCOLHA
Osho trás uma prática divertida, ressaltando o prazer do silêncio com fortes argumentos para vivenciarmos o agora e com observações aplicáveis no dia a dia. A sensação que tive ao trabalhar com o texto é que podemos “brincar de meditar” o tempo todo.
A MEDITAÇÃO
Primeiramente Osho explica: “Meditação é sentar-se sem fazer nada – não usar seu corpo nem sua mente”. Então ele declara que se a pessoa começar a contemplar ou a se concentrar em alguma coisa, isso já é estar fazendo alguma coisa. Ou seja, contemplação e concentração podem ser usadas como caminho, mas não é o meditar. Para ser meditação a pessoa não deve estar fazendo nada mesmo! Ele ressalta que não tem como fazer isso e nem praticar isso. É preciso apenas compreender. Dessa forma, só resta para o meditador apenas ser. “E quando pegar o jeito poderá ficar nesse estado por quanto tempo quiser” diz ele.
Então a primeira parte da meditação é simplesmente ser. A segunda parte é aprender a “simplesmente ser” na vida, no cotidiano, nas tarefas e ações. Até que a pessoa consiga manter a meditação imperturbada, tendo sempre o silêncio no fundo, ou seja, sem o ruído da mente.
Ele ressalta que a vida continua e até se torna mais intensa, mais alegre, com maior clareza, visão e criatividade. Por que o meditador não é aquele que faz, mas sim o que observa e todo o segredo da meditação está em tornar-se o observador. Você faz grandes ações, mas sem perder o seu centro.


EXPERIÊNCIA PESSOAL
Teve uma época em que achava que meditação não era para mim porque era um exercício difícil e meio sem motivação. Minha mente não parava, meu Vatta sempre foi muito forte e então era difícil ficar mais do que 10 segundos em um símbolo ou mantra, por exemplo. Então troquei a concentração pelo simplesmente ser. Deixar de pensar para sentir, colocando a existência inteira à minha disposição. O resultado foi imediato de compreensão de uma série de acontecimentos e pude sentir alguns chacras se abrindo. Uma sensação maravilhosa! Foi preciso desapegar do resultado da meditação para conseguir esvaziar.

APLICAÇÃO DIÁRIA
O exercício que passei a usar foi usando a palavra “brincar”. “Uma pessoa realmente meditativa é brincalhona e divertida, pois a vida é alegre para ela”, palavras do Osho que me chamaram a atenção. Brincar com a idéia de não estar fazendo nada, sentado no banheiro, por exemplo, é uma sugestão no livro, para aproveitar o tempo livre onde não temos que pensar, ou agir. Basta a pessoa estar relaxada, querendo se divertir e em silêncio centrado em si. Deve brincar, aproveitar o tempo livre, para simplesmente não fazer exatamente nada. Muito menos pensar...
Como Osho ressalta que não é preciso nenhuma postura especial e nenhum tempo especial para essa aplicação diária, ficou mais prático e interessante para mim, que pude fazer essa “brincadeira” várias vezes ao dia.

O QUE É MEDITAÇÃO PARA O OSHO?
Meditação é a sua natureza, porém meditação está além da mente e não pode ser penetrada por ela, pois onde a mente acaba é justamente onde a meditação começa. Basta voltar-se para dentro e a meditação começa.

MEDITAÇÃO DAS PALAVRAS – SILÊNCIO ENTRE ELAS
Osho diz que na mente há uma tagarelice constante e que deve-se observar o silêncio entre as palavras. Basta ficar atento e observar que entre dois pensamentos há um intervalo e que até entre duas palavras há um intervalo, mas que estamos sempre atentos as palavras e não aos intervalos. Então ele sugere para que o praticante mude o foco. A mente só pode ver uma coisa de cada vez e quando estamos concentrados nas palavras não estamos prestando atenção no silêncio e vice-versa e sem esforço e sem estresse. Mas Osho deixa claro que isso deve ser divertido, despretensioso, como uma brincadeira.
Deve-se fazer essa técnica até esvaziar e lembrar que “mente significa palavras e o ser significa silêncio”. Essa frase do Osho foi sem dúvida a mais marcante para reforçar minha disciplina. Ou seja, silêncio é meditação e o silêncio está sempre presente, basta mudar o foco para ele.

O USO DOS MANTRAS PARA OBSERVAÇÃO DO SILÊNCIO ENTRE AS PALAVRAS
Osho sugere o uso de mantras para criar cansaço, para que a pessoa queira se livrar das palavras a única saída é mergulhar no silêncio. Quando a mente está repetindo a mesma coisa ou o praticante adormece ou entra no silêncio. Mas a idéia não é adormecer apesar do mantra ser um ótimo tranqüilizante por isso ele sugere que o praticante que dorme durante o mantra deve fazer em pé ou andando. A intenção é se livrar do falatório constante mas com cuidado para não reprimir sua energia e não com a intenção de obrigar a mente a ficar em silêncio e sim criar uma mente transcendida e principalmente sem querer controlar absolutamente nada.
“Fique sentado a margem de sua mente, observando sua sujeira, seus problemas, suas folhas podres, mágoas, feridas, memórias, desejos e aguarde o momento em que tudo estará límpido novamente” Mestre Osho.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Como Silenciar a Mente –

O que é Entropia?


A entropia (do grego εντροπία, entropía) é uma grandeza termodinâmica que aparece geralmente associada ao que se denomina em senso comum de "grau de desordem" de um sistema termodinâmico. Com a entropia busca-se medir a parte da energia que não pode ser transformada em trabalho em transformações termodinâmicas.
A entropia do ser humano é o envelhecimento. Uma vez ouvi dizer que tudo que existe, inclusive as idéias, já vem com um gene de autodestruição. Seria Shiva? Provável, pois é preciso transformar para renovar. Então a entropia é necessária para a manutenção de renovação do universo.
A questão é como reduzir o tempo da entropia em nós? A resposta é cuidando do nosso corpo como cuidamos de uma casa para que ela não vire ruínas como diz o Professor Hermógenes.


Desenvolvimento
Os fatores que cientista explicam para o envelhecimento são muitos, mas em síntese pode-se dizer que uma vida desregrada leva à entropia acelerada. Causas como intoxicação por alimentos artificiais, fumo, álcool, medicamentos e poluição são os primeiros aceleradores do processo de envelhecimento.
Problemas com imunidade e oxidação celular sem dúvida aumentam a destruição do organismo além da diminuição de hormônios, inclusive os sexuais que também fazem com que o processo de envelhecimento seja mais rápido. Pode-se também perceber que envelhecemos por falta de prana e problemas com a circulação dele no organismo energético e problemas de adequação na vida psíquica, social, ética e estética.
Mas não para por aí, pois vida ociosa, sem disciplina física, uma vida parada, sem atividades diárias, inclusive aquelas que mantem a coluna em pé para haver uma melhora na circulação sanguínea inclusive no cérebro fazem com que a velhice se aproxime sem dó, muito mais rápido.
Professor Hermógenes ressalta ainda que é o conjunto de todos esses fatores que fazem a entropia acontecer. Isoladamente também mas a sinergia (sistema de energias que interagem) é o maior fator de todos. Por isso, é importante atacar ao “inimigo” por todos os lados e não apenas um fator em específico, melhor que isso promover multifrontalmente a Vida e isso é o que o Yoga faz.

Com yogaterapia pode-se:
§ Resgatar e aumentar a imunidade;
§ Equilíbrio entre o meio interno e externo em que vivemos;
§ Aprimorar a conduta ética. Hermógenes não citou no texto, mas é óbvio que estamo falando de Yamas e Nyamas, por serem bem completos e lógicos;
§ Desenvolver a inteligência psicológica;
§ Nutrição eficiente para combater a degeneração celular, eliminando a oxidação;
§ Aumentar o prana na campo energético através dos respiratórios do yoga (pranayamas);
§ Praticar ásanas (posturas psicofísicas) para manter o corpo saudável, se contrapor à ação da gravidade e irrigar mais o cérebro;
§ Meditar, orar, interiorizar-se e relaxar para controlar o stress;
§ Ter uma vida regrada;
§ Reeducar a ética e esteticamente;


CONCLUSÃO
É a sinergia dos componentes citados acima que faz com que possamos voltar o tempo no relógio da nossa vida. A qualidade da nossa alimentação, mas também dos nossos pensamentos e emoções. Nos adequarmos ao mundo ao redor mas com inteligência emocional, racional e sentimental e buscar o equilíbrio entre tudo isso.
Continuar superando-se até o fim das nossas vidas pois isso é o que nos trará sempre motivação para nunca termos vontade de abandonar a nossa existência. Muitas pessoas ao perderem suas motivações, aquelas que se aposentam, deixam de se sentir úteis, deixam de querer se superar e então deixam de achar importante se cuidar. É por isso que todos devem meditar e buscar dentro de sim mesmo sua potencialidade pura que deverá durar até o último dia das suas existências.
Namastê
Pérola de Souza
REFERÊNCIAS:
HERMÓGENES, José. Saúde na Terceira Idade. 2ª ed. Rio de Janeiro, Nova Era, 1996.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Entropia
Ilustrações:
http://maissaude.org/wp-content/uploads/envelhecimento.jpg
http://www.senado.gov.br/sf/senado/portaldoservidor/jornal/jornal74/Imagens/envelhece.jpg
http://naturaconsultorasandra.files.wordpress.com/2009/07/envelhecimento_maos.jpg

A ANEMIA E O VEGETARIANISMO

A primeira coisa importante a entender sobre a Anemia que vegetariano não é anêmico. As pessoas acreditam piamente na idéia de que sem o ferro da carne, um indivíduo desenvolverá anemia. Ledo engano porque Vegetarianos acabam consumindo muito mais vitamina C e assim absorvendo mais ferro. Portanto a anemia pode afetar igualmente vegetarianos e onívoros,se não houver alimentação balanceada, revela o Dr. Nelson Hamerschlak, coordenador do programa de hematologia e transplante de medula óssea, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.
Uma observação importante é a seguinte afirmação: “Os lacto e os ovo-lacto vegetarianos têm maior probabilidade de desenvolver anemia por falta de ferro do que os veganos”. George Guimarães, nutricionista. Como o cálcio acaba tomando o lugar do Ferro no organismo, pessoas que não ingerem lacticínios acabam tendo maior absorção de Ferro.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a deficiência de ferro (causando a anemia) é a desordem nutricional mais comum no mundo.
A anemia ocorre quando há uma diminuição dos glóbulos vermelhos no sangue, a hemoglobina, encarregada de carregar o oxigênio para todas as partes do corpo. “Sem Hemoglobina não há energia. Ela é que liga tudo”, explica a Dra. Cristina Purini (diretora do centro de hematologia de São Paulo). De acordo com Dra. Cristina, o exame conhecido como hemograma mostra a quantidade de hemoglobina no sangue. Entre as mulheres, o nível mínimo é de 12g/dL enquanto nos homens é de 14 g/dL e em recém-nascidos 16 g/dL. Para prevenir a anemia ferropriva (a mais comum) é preciso a suplementação de ferro.
Os principais sintomas da anemia são: fraqueza, desanimo, mal estar, palpitação, palidez, dores nas pernas e nos pés, queda de cabela, unhas quebradiças, falta de memória, dificuldade de aprendizado e hábitos alimentares incomuns como mastigar gelo ou comer terra – no caso de crianças.
Os alimentos ricos em ferro são: feijões, sementes, cereais, adoçantes como melado de cana, açúcar mascavo, oleaginosas, verduras (agrião, rúcula, mostarda, couve), frutas secas e condimentos.
A absorção do ferro se dá conforme sua oferta no organismo e depende da saúde do estômago, do intestino, mas depende principalmente do consumo da vitamina C que aumenta em até 30% a absorção de Ferro.
Por outro lado, há substâncias que atrapalham a absorção desse mineral como o cálcio, mas depende da quantidade de consumo porque é praticamente impossível separar essas duas substâncias em uma refeição. Isso se torna um problema para quem consome muito laticínios.
Fonte: Revista Vegetarianos – páginas 18 a 24 – ano 4 – número 42 – abril/2010.

sábado, 27 de março de 2010

A Yoganidra

Yoganidra sempre foi um desafio para mim. Primeiro porque eu achava que não precisava relaxar e que era perca de tempo. Foi bom ter passado por isso porque hoje posso compreender as pessoas que também tem dificuldades em relaxar, sem julgamento. A sociedade precisa se aprofundar sobre o ato de relaxar. O que temos na mídia e na literatura ainda é muito pouco divulgado em comparação com o tamanho gigantesco de benefícios que a Yoganidra pode proporcionar.
Hoje é uma das minhas partes favoritas no yoga. Mas do que o prazer em deitar e soltar as tensões é a consciência corporal que se adquire a cada dia, dando ao praticante condição de perceber as tensões antes mesmo de elas acontecerem e o aprofundamento em si mesmo, abrindo as portas da meditação e mudança da compreensão do mundo ao redor.
De tudo o que estudei gostei muito do Tratamento Autógeno do Dr. Schutz que até então ainda não tinha ouvido falar. Enxerguei uma possibilidade de ajudar mais aos meus alunos, já que percebo que muitos deles deitam num relaxamento mais para compensar sua falta de sono noturno do que relaxar conscientemente. Mesmo tendo cuidados com a modulação de voz e orientação para que fiquem acordados, muitas pessoas dormem. Temos em Curitiba gente que vive no mundo dos “workholic”, ou seja, ligados no trabalho 24 horas por dia. Aqui nessa cidade a grande maioria das pessoas são movidas no “ter” e as vezes tenho dificuldade de fazê-las se entregar no mundo novo do “ser”. Percebo que a yoganidra é onde consigo levá-las um pouco mais para perto dessa consciência, desse despertar para si mesmo.
A forma de aproximar os nossos alunos desse despertar é através dos benefícios fisiológicos e muitos nem percebem o quanto interagimos também com os aspectos psicofísicos já que trabalhando um chegamos no outro. É uma forma de desacelerar a sociedade e até mesmo prepará-los para o crescimento pessoal, reforçando a homeostase e equilibrando e unificando o organismo.
Somos hoje, nós professores de yoga, colaboradores na diminuição da ansiedade, das síndromes, na cura e na qualidade de vida, através dessa “obra” maravilhosa que é a yoganidra, graças ao mátrika nyása traduzido por Satyananda até os grandes pesquisadores com Dr. Schutz e Dr. Jacob que aplicaram estudos e relaxamentos profundos, com resultados muito significativos no mundo atual.
Como diz nosso querido Professor Hermógenes, “é um ato de misericórdia abrir a mente da nossa sociedade”. Com o estudo de relaxamento no 3º período do CURSO SUPERIOR DE FORMAÇÃO ESPECÍFICA EM YOGA COM ÊNFASE EM YOGATERAPIA, deu para perceber que a yoganidra é o nosso acesso mais significativo dentro de uma prática de yoga.
Namastê
Pérola de Souza

Purificar é preciso _Shatkarmas e Kriyás_estudo André DeRose

A necessidade de purificação no yoga é ligada ao objetivo de limpar a mente. Uma vez um corpo limpo,a mente fica desbloqueada, vazia e portanto mais apropriada para a prática de meditação. Sim, os shatkarmas (atividades de purificação) são citados nos Yoga Shastras para favorecer o desbloqueio dos canais e conquistar o equilíbrio em todos os corpos. (denso e sutil) do ser humano.
Para Patanjali, criador do principal sistema de yoga, obstruímos os nossos canais energéticos (nadis) através de emoções negativas (kleshas) exatamente como a psicologia e medicina modernas já entendem e aceitam a idéia de psicossomatização. Essas doenças oriundas das emoções negativas são conhecidas como Samskaras (impressões profundas) e Vásanas (impressões diárias ) e que podem ser purificados com os shatkarmas.
Um exemplo disso é que nosso plexo solar, chamado manipura chakra e é o ponto onde muitas das vibrações negativas e positivas pulsam. O famoso “frio na barriga” que temos nessa região por causa de um medo, por exemplo, é a prova disso. Então massageamos essa região com contrações abdominais e a energia se desprende não deixando que acumule e somatize.
Uma vez nosso corpo energético desobstruído, nossas emoções estando equilibradas, a nossa mente fica menos dispersiva (trabalhando a diminuição de vrittis) facilitando a meditação.


ORIGEM DAS KRIYÁS

O hindu é o povo que mais se preocupou com a higiene na história da humanidade. Apesar de ser um povo que anda descalço e come com as mãos, desenvolveu variadas técnicas de limpeza que são muito melhores que a nossa higiene corporal.
Algumas não são mais usadas ou foram substituídas por outras mais modernas. Por exemplo, hoje as pessoas escovam os dentes ao invés de mascar raiz para com ela formar cerdas e limpar os dentes.
Alguns dos exercícios de purificação eram praticados a mais de quatro milênios na Índia, enquanto que na Europa o banho virou hábito a menos de duzentos anos.
O ocidental ainda vê certos hábitos com nojo e com vergonha, como ir ao banheiro, por exemplo, como se fosse um ato repugnante, quando isso deveria ser um ato natural onde a pessoa pode analisar como está seu organismo, pelo número de vezes que vai ao banheiro e até mesmo a cor e consistência das fezes.
Nas Kriyás, o elemento mais utilizado é a água já que 70% do nosso corpo é composto pela mesma. Então, nada melhor para começarmos a limpeza do nosso organismo tomando bastante água! De preferência, água pura já que cai direto na corrente sanguínea.
Kriyá é um termo em sânscrito, feminino que vem da raiz Kr (ação) que significa atividade. As kriyás mais comuns forma catalogadas num grupo conhecido como shatkarmas (seis ações) que são: Dhauti, Basti, Neti, Nauli, Trataka e kapalabhati.
Existem outros que ficam fora dos shatkarmas mas que também são ótimos purificadores: yogánna, vajroli, sahajoli, mauna, upavasta, upasana, swedana, virchana, abhyánga, bhástrika, yogananda padadhirásana, Nadi shodhana pranayama, Nadi suddhi pranayama e amaroli.
Como podemos ver nos shastras para chegarmos no objetivo do yoga (samadhi) é necessário purificar-se (shodhana). Essa purificação é dos elementos: terra, água, fogo, ar e o éter e é conhecido como bhuta shuddi.
Existem técnicas para cada parte do corpo, trazendo as impurezas para fora, limpando completamente o organismo permitindo a livre circulação do prana.


SHATKARMAS

"purificação é obtida através de shat kriyas
fortalecimento é obtido através de asanas
estabilidade é obtida através de mudras
serenidade é obtida através de pratyahara
bondade e leveza são obtidas através de pranayama
percepção clara é obtida através de dhyanam
isolamento é obtido através de samadhi"

Gheranda Samhita 1:10-11

a) Dhauti

• Limpeza do estômago
• O Jala Dhauti limpa o esôfago e o estômago ao remover o excesso de mucosidade e de comida das paredes do estômago. Prepare a água do dhauti na mesma proporção da água do neti (1/2 colher de chá de sal para 1 copo de água morna, quase fria).
• Agnisara Dhauti (Agnisara Kriya)
• Jala Dhauti (Vamana Dhauti)
• Hrid Dhauti (coração) - (Vastra Dhauti - tecido)
• Danda Dhauti (vareta)
• Vatasara Dhauti (ar)
• Shanka Prakshalana (limpeza da concha dos intestinos ou limpeza completa do sistema gastrointestinal)

b) Basti

• VASTI (ou Basti) – limpeza do cólon
• O basti limpa o cólon (parte média do intestino grosso, que vai do ceco ao reto, composto pelos cólons ascendente, transverso, descendente e sigmóide) ao criar um vácuo que suga a água para dentro. Sentado sobre um tubo de água crie o vácuo ao manipular os músculos abdominais (nauli). Tradicionalmente um pequeno tubo de bambu era usado para manter o esfíncter anal aberto, uma alternativa moderna é usar um tubo de plástico com diâmetro de 1 cm. Basti não é o mesmo que enema, a prática do basti fortalece os músculos abdominais e pode ser feita regularmente
• Sthula Basti - sthula = terra


c) Neti

• NETI – limpeza nasal
• O neti limpa as narinas e as vias aéreas. Praticado diariamente este exercício de purificação ajuda a neutralizar os efeitos da poluição, poeira e pólen. É especialmente benéfico às pessoas com asma, alergias, rinite, sinusite e outros problemas respiratórios.


d) Nauli

• NAULI – massagem dos órgãos internos
• O nauli massageia e revigora todos os órgãos internos e aumenta a concentração de prána na região do plexo solar. Tônico poderoso para qualquer desordem ou fraqueza do sistema gastrointestinal. Leva tempo para ser dominado por utilizar vários músculos abdominais.


e) Trataka

• TRATAKA – limpeza e manutenção dos olhos
• Coloque uma vela a uma distância de 1 braço, na altura dos olhos, olhe para a vela sem piscar por 1 a 3 min. De seus olhos brotarão lágrimas, limpando os condutores lacrimais. Após o exercício feche os olhos e imagine a chama da vela em um ponto entre as sobrancelhas. Trataka melhora e concentração e aumenta o campo de visão e pode ser usado como um exercício preparatório de meditação.
• (O que se sabe com segurança é que as lágrimas cumprem a importante função fisiológica de proteger os olhos. Nossas lágrimas atuam como lubrificantes, evitando que o globo ocular se resseque, como anti-séptico - já que o sal que contêm é um ótimo desinfetante - e também ajudam a retirar qualquer tipo de impureza que possa vir a se instalar em nossos olhos. Este funcional sistema lacrimal é composto pelas glândulas lacrimais (que produzem o fluido da lágrima) e condutores excretores lacrimais (que segregam as lágrimas cada vez que fechamos os olhos). Extraído do site: http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI119468-EI1426,00.html


f) Kapalabhati

• KAPALABHATI – Limpeza pela respiração
• Este exercício respiratório purifica as passagens nasais e os pulmões, ajudando o corpo a eliminar grandes quantidades de dióxido de carbono e outras impurezas. A absorção aumentada de oxigênio enriquece o sangue e renova as células corporais, enquanto o movimento do diafragma massageia o estômago, fígado e pâncreas.



OUTRA PURIFICAÇÕES

• Jejum
• Alimentação
• Meditação
• Respiração
• Mantra
• Atitude positiva
• Manas kriya
• Jiva dhauti
• Karna dhauti



REFERÊNCIAS

DEROSE, A. Yoga é a maior limpeza! Kriyás. 2ª edição. São Paulo, 1967.
VIDEO 10-A da Formação Profissional Yoganataraja – Professora Ana Paula Borella.

Os Dhamas shastras e o Código de Manu_comentários da Pérola

OS DHARMA-SHASTRAS

Vincular a ética com a espiritualidade é o principal elemento na literatura ético-jurídica do hinduísmo. Penso que foi o que o Cristianismo sempre fez com a política ao longo da história: Unir os códigos morais religiosos e transformá-los em sociais. Sim, é preciso uma ordem para o ser ter garantias de que o universo vai estar ou voltar à harmonia. Nada melhor que os Dharma-sutras para levar o humano de encontro com seus grandes e verdadeiros valores.
Valores estes que são ligados ao bem-estar material, principalmente numa sociedade onde o ser humano parece achar que a felicidade está mais no “ter” do que no “ser”. Outro valor importante é com relação ao prazer, mas que este prazer seja ligado ao ser e a moral, ou seja, nossa liberdade de prazer termina onde começa a do outro. Talvez até um prazer ligado ao nosso Dharma no sentido de tarefa, ou seja, aquilo que viemos fazer aqui para que o mundo seja melhor e assim, eis Moksa! Essa é a Liberdade real onde podemos fazer tudo o que temos que fazer, mas com amor, prazer, desprendimento, moral e com desejo de crescimento para o mundo.
Patanjali exemplifica com o maha-vrata ressaltando a não-violência e isto parece levar justamente ao cuidado que o ser humano deve ter para não invadir a liberdade do outro. As outras virtudes são uma conseqüência da não-violência e fazem parte dos fatores pregados pelos Dharma-shastras.
As obras jurídicas são numerosas, com ensinamentos muito antigos, que segundo Feuerstein datam no período entre 300 a.C e 200 d.C. A mais importante é o Manava-Dharma-Shastra conhecido como Manu-Smriti. Supõe-se que o autor foi Manu Vaivasvata, também conhecido como o primeiro homem da humanidade. Manu também é conhecido como “nosso pai” pelo Rig-Veda (1.80.1-6). Já nos Puranas diz que Manu foi o único sobrevivente dde uma grande enchente ou dilúvio e essa história foi contada no Shata-Patha-Brahmana (1.8.1-6) que tem mais de quatro mil anos. Não encontramos essa história nos Rig-Vedas mas se fala em um navio de ouro que encalhou nos cimos do Himalaia.
Se Manu existiu fez parte da primeira civilização védica (quinto milênio antes de cristo, ou seja, 7000 anos atrás!) Já o smriti, ou seja, a literatura de manu, já é mais recente, mas independente disso mostrou o quanto foi grande a influência do Hinduísmo na época do nascimento de cristo.


domingo, 28 de fevereiro de 2010

resenha: O épico RAMAYANA






ÉPICO RAMAYANA – ITIHÂSA HINDU








Ramayana descreve a epopéia de RAMA, constituindo a conhecida filosofia épica que revela muito sobre a estrutura psicológica de um povo, sendo que sua influência é exercida até os dias atuais, como modelo de comportamento social. Composto por Valmiki, é uma obra que pode ser comparada com a mitologia grega, mais precisamente, a Ilíada de Homero, semelhante em muitos aspectos, como por exemplo, o rapto de Helena por Páris que causa a guerra entre gregos e troianos. Lembrando que o épico foi escrito anteriormente à obra grega.
Segundo o livro Rama, Os grande Iniciados, de Édouard Schuré, o nome de poema significa Façanhas de Rama (Rama+aiana) e foi escrito originalmente em sânscrito. Rama, o herói de Ramayana, é uma forma humana do deus Vishnu e serve como modelo aos homens hindus. É elegante, bravo e marido devotado. Sita, sua mulher, belíssima, representa o ideal indiano de devoção ao dever e ao marido.

O AUTOR E A ÉPOCA
Valmiki, o autor, é uma figura legendária, brâhmane de nascença, mas que era brigão, salteador, sempre envolvido em confusões e que atacou sete RISHIS, que estavam em profunda contemplação, afim de perturbá-los. Mas os RISHIS, não deixaram que a negatividade os atingissem e para “tocar” o coração de Valmiki e direcioná-lo na direção correta, ensinam o poderoso mantra de RAMA. Isto toca o coração de Valmiki que entra em meditação por mil anos. Quando os RISHIS voltam, encontram Valmiki coberto por formigas bravas e brancas e então surgiu seu nome (formigas brancas segundo Édouard Schuré).
Segundo Schuré a maioria dos eruditos, inclinam-se a favor da real existência de Valmiki dizendo que a obra é tão perfeita que só um autor único poderia conseguir tal unidade e tal segurança.
O ARGUMENTO
Independente do questionamento sobre a existência do autor, o Ramayana representa o drama eterno da vida, um permanente combate feito por um herói dotado de virtudes como a beleza, força e encarnação dos mais puros e nobres sentimentos (Vishnu), contra as potências do mal.
O Ramayana, como glorioso legado de uma das literaturas mais antigas do mundo, é um documento para que o homem comum possa ver refletir-se em sim os pensamentos que despertam na alma humana a contemplação e a nobre satisfação do cumprimento do dever.O poema representa também a libertação, como processo de desprendimento gradual, de sutilização.
A história acontece na cidade de Ayodhia onde reinava Dasaratha, um rei da raça solar. Essa cidade não tem uma exata localização até os dias de hoje. O Rei Dasaratha tinha três esposas. Aproximando-se da velhice decide realizar o Ashta-medha (ritual do sacrifício do cavalo) para ter filhos. Suas esposas deram à luz a quatro filhos. Rama, um deles é o avatar de vishnu (sétima encarnação da divindade) para combater o mal – RAVANA – o demônio que representa o símbolo da natureza inferior da alma, ou a mente cheia de ilusão e orgulho que precisamos dominar.
No primeiro capítulo, o Ramayana descreve a vida dos irmãos na floresta de Ayodhia, onde morava VISVAMITRA, um sábio. Era um lugar atacado constantemente por seres demoníacos: os RAKSHASAS, que simbolizam as hostes à serviço do mal. VISVAMITRA pede ao Rei que coloque Rama sob sua orientação. Rama vai juntamente com Laksham, seu fiel irmão à casa do guru e Rama é obrigado a matar TARAKA, o ser demoníaco que chefiava os que tentavam atrapalhar o trabalho do seu guru.VISVAMITRA ensina aos irmãos a manejaram as armas celestiais (siddhis).
Certo dia o guru VISVAMITRA leva os irmãos à corte do rei de JANAKA, no país de VIDEHA onde RAMA conhece SITA, cujo nome significa SULCO (que nasceu da terra), e era a própria LAKSMI em forma humana, esposa de Vishnu. Para ter a mão de SITA ,RAMA precisou passar pela prova do Arco de SHIVA. Além dele, seus irmãos também casaram com as irmãs de SITA. A felicidade não estava assegurada. KAIKEYI, a segunda esposa de DASHARATHA, sonha e ver seu filho BARATHA como rei do trono e consegue fazer com que o rei expulse do reino por quatorze anos, seu filho RAMA.
RAMA obedece e com sua esposa e seu irmão LAKSHAMAN deixam o reino e vão morar no coração da floresta que simbolizam os anos de aprovação. É justamente o que descreve o terceiro capítulo, a sua vida de eremita. Depois de seis dias de viagem, chegam ao monte CHITRAKUTA onde morava o autor VALMIKI e esse monte até hoje é adorado pelos milhares de pessoas. Já o rei DASHARATHA não suportou a dor e morreu.
No quarto capítulo, o príncipe BHARATA, ao voltar de uma viagem e ao ficar sabendo da morte do pai, recusa o reino. Procura RAMA na floresta e implora para que este volte e assuma o trono, mas RAMA recusa com sabedoria. RAMA dá as sandálias ao irmão como símbolo de amor. BHARATA declarou que se RAMA não retornar depois de quatorze anos, terminará seus dias na pira.
No quinto capítulo é descrito a moradia de RAMA, SITA E LAKSHMAN. O livro número seis uma série de acontecimentos se inicia e uma princesa da hoste dos RAKSHASAS se apaixona por RAMA. Mas este é fiel é RAMA e não corresponde. A princesa inconformada solicita ao seu poderoso irmão RAVANA que ajuda. Este envia um demônio em forma de gazela para tirar RAMA de casa. RAMA pede para que LAKSHMAN cuide de SITA, enquanto sai à caça da gazela. O amor de SITA faz com que ela convença LAKSHMAN a ir atrás de RAMA, julgando que este estava em perigo, sob influência de RAVANA. LAKSHMAN abandona SITA, contrariado e RAVANA aproveita e rapta a esposa de RAMA.
Com muita dor e andando pelas montanhas Nilgiri, Rama vai até os VANARS. É o que nos conta o capítulo sete. VANARS são qualidades mentais que RAMA encontra para buscar por SITA. O rei dos macacos (que segundo alguns autores eram os povos de raça negróide da Índia e que foram mesclando com os arianos) se aliou na luta com RAMA contra RAVANA. O general do seu exército HANUMAN de origem divina e dotado de poderes sobrenaturais, pulou da Índia ao Ceilão (Lanka), onde morava RAVANA, em um único salto.
No oitavo capítulo, Hanuman descobre que SITA era prisioneira de RAVANA e estava guardada por entidades terríveis. SITA reconhece o anel e dá a HANUMAN para que este leve a RAMA e para comprovar que está viva. HANUMAN cruza o oceano e conta toda a história para RAMA a quem entregou a pedra preciosa de SITA.
RAMA vai até RAVANA, entra com facilidade em sua ilha e chega até a prisão de SITA. HANUMAN queima grande parte da cidade. RAVANA reúne-se com sua família e decidem iniciar uma grande guerra.
Então inicia-se o choque entre o BEM e o MAL, e em meio a temporais e trovões em fúria, inicia-se a guerra, no capítulo dez onde podemos ver a força da poesia:
“As trevas chegaram mas, os combatentes continuavam lutando sem cessar, com um ódio ainda maior na escuridão da noite!”
Os VANARS acabaram como uma chama o exército de RAVANA e este derrotado, fica só. Na terceira batalha, dá-se o encontro de RAMA e RAVANA. RAMA usa o dardo do BRAHMA, e com ele atinge o coração de RAVANA, matando-o rapidamente. Ainda nesse capítulo, RAMA demonstra sua bondade permitindo o ritual de sepultamento na pira do seu inimigo.
No último capítulo, RAMA volta ao lar com SITA, mas uma grande suspeita paira nesse amor, onde SITA precisa provar que não foi possuída por RAMA, entrando no sacrifício do fogo, na praça principal. Ele dever sair viva e sem queimaduras da fogueira se estiver inocente. E realmente ela saiu sem nenhum fio de cabelo mexido ou queimado, provando a sua inocência. RAMA volta feliz para seu trono, onde reinou por muitos anos.
No livro de Édouard Schuré, podemos encontrar uma parte instigante do poema que diz: “Eis aqui tua esposa, RAMA. Recebe-a pura, sem mancha e defeito, eu te asseguro. O fogo vê tudo que se mostra e tudo o que se oculta.” (pág 73).
Existe um outro final, triste onde RAMA manda a esposa embora por achar que foi maculada por RAVANA. A leva para Valmiki (o autor), na floresta. SITA tem com Valmiki dois filhos LAVA E KUSA que se tornam mestres exímios e aprender de cor todos os versos do RAMAYANA. Um dia RAMA implora o retorno de SITA a Valmiki que cede ao pedido de RAMA. Mas SITA, inconformada com a desconfiança do marido, volta para terra que se abre num sulco.

OBSERVAÇÕES DA PÉROLA
“Aqueles que prestarem atenção desta admirável história de trabalhos infatigáveis, ficará livre dos pecados, terá filhos, se deseja filhos e riquezas, se tem sede de riquezas. Os que, reunidos, ouvem o poema que o próprio Valmiki compôs, granjearão do céu todas as graças, objeto de seus desejos” (In O Ramaiana – Valmiki).
Ao meu ver é uma obra que instiga a prosperidade, a fidelidade de irmãos (Lakshman e baratha), a fidelidade da amizade de Hanuman, as qualidades sobrenaturais (siddhis) que só são dignas de quem realmente as merece e a fidelidade no amor (Rama e Sita).
Interessante também a vinda de um Avatar sempre no momento onde o é necessário o entrave das lutas entre o bem e o mal, trazendo a sétima reencarnação de Vishnu em forma de Rama, e como alma gêmea, Laksmi, em forma de SITA. É sem dúvida, um romântico e inspirador poema que nos leva a avaliar as nossas lutas, conflitos internos, relação com a vingança e com a desconfiança.
O professor de Yoga Goura Nataraj Das, nos contou uma vez em prática, que HANUMAN fez um caminho por dentro do mar, desde a Índia até o Lanka, para que RAMA pudesse passar. Muito questionado por historiadores o fato de ser impossível fazer um caminho no mar, pode vir a ser um fato. Hare Krishnas nos contam que existem fotos de satélite que mostram caminhos de pedras entre os dois países. Essas fotos estão publicadas como estão abaixo:


Arqueólogos descobriram, graças a fotos de satélite da NASA, resquícios de uma ponte de 30km de extensão, feita pelo homem, unindo a Índia ao Sri Lanka. Até aí nada de mais, a não ser pelo fato de que a ponte foi construída há 1.750.000 a.C. (quase dois milhões de anos!), ainda na época do O primeiro animal que os cientistas classificam como hominídeo. Foram os primeiros a usar ferramentas de pedra, mas são anteriores ao homo erectus. Vocês acreditam mesmo que foi esse bicho aí do lado que projetou essa ponte? Os caras, antes mesmo de andar eretos, já eram engenheiros habilidosos?');" onmouseout=nd();Homo habilis! Outro detalhe impressionante é que a construção dessa ponte foi contada nos Veda provém da raiz sânscrita vid, que significa saber, conhecimento. Esses ensinamentos foram passados de forma oral por milhares de anos, porém, com o advento da era de Kali, quando o homem perdeu o poder de concentração, inteligência e memória, se fez necessário codificar os Vedas em forma escrita. No começo era um só Veda, mas o sábio Vyasadeva o dividiu em várias partes, pra facilitar o aprendizado. Os quatro tipos principais de Vedas são o Rigveda, o Yajurveda, Samveda e o Atharvaveda. Os Vedas não são considerados histórias inventadas (existe outra palavra para isso em sânscrito), mas sim relatos de coisas que de fato aconteceram.');" onmouseout=nd();Vedas, mais especificamente no Épico hindu Ramayana (escrito há pelo menos 5.000 anos!), onde lemos que ela foi construída sob a supervisão de ninguém menos que o deus Rama (avatara, significa que desce. É a encarnação de Krishna (um aspecto da Divindade Brahman, que é Única) que veio para realizar diferentes tarefas no mundo material e restabelecer o reto agir, o verdadeiro Dharma, que se corrompe através dos séculos.');" onmouseout=nd();Avatar hindu, equivalente ao nosso Cristo), na Treta Yuga (Uma Era que vai de 2.163.000 a.C. a 1.296.000 a.C., o que bate com a idade da ponte!).Mais fotos podem ser vistas aqui. Leiam o trecho do Ramayana aqui (em inglês), e notem que o exército de Rama era composto por "macacos", que eram mais inteligentes e hábeis que os macacos que conhecemos atualmente... mais parecidos com o que seria o Homo habilis.No mínimo intrigante...Referência: As eras (Yugas), segundo os Hindus;Homo habilis;Fatos estranhos do passado.






BIBLIOGRAFIA
AZEVEDO, Nunes Murilo. O Pensamento do Extremo Oriente. O Olho do Furacão. São Paulo, Editora Pensamento.
SCHURÉ, Édouard. Os Grandes Iniciados. Rama. São Paulo, Editora Martin Claret.
VALMIKI. In Ramayana. Rio de Janeiro, Editora Matos Peixoto, 1964.
http://rodrigoenok.blogspot.com/2009/02/ponte-construida-pelo-homem-em-1750000.html - sobre Ponte de Ramayana – fotos de satélite.

O que é bioenergética? Resenha do livro: BIOENERGÉTICA

BIOENERGÉTICA
Alexander Lowen

Existem duas formas de ser ler a linguagem corporal: uma através dos sinais e expressões do corpo e outra através das expressões verbais, e outra através da nossa linguagem cotidiana demonstrando que já deciframos algumas delas quando dizemos, por exemplo: “cabeça-dura”, “carrega o mundo nas costas”, ou “mão fechada” para traduzir o comportamento humano como: “inflexível”, “excessivamente responsável”, ou “não solta o dinheiro”, respectivamente.
As máquinas são complementos do corpo, como a pá é uma mão aumentada, o computador é o prolongamento do cérebro e assim por diante, explicando a frase de Sandor Rado, que a base de todas as linguagens é a linguagem do corpo. Apesar da Bioenergética não ver o corpo como uma máquina.
A atitude de uma pessoa pode ser determinada a partir da expressão do seu corpo, por isso é importante compreender sua linguagem. O formado do tórax, por exemplo, mostra que quando está saliente eu uma forma de desafio, como se a pessoa dissesse “fique longe de mim“. O canal de comunicação primário para o corpo é através da boca e da garganta e o primeiro canal do bebê que chega no seio da mãe e temos consciência que o beijo é uma expressão de amor. Uma forma clara de que mostra o bloqueio da passagem de qualquer sentimento é a garganta fechada e um pescoço contraído. Os braços e mãos são a continuação de canal de comunicação do coração. As mãos são carregadas de energia e tem poder de cura no seu toque.
Quanto às tensões nos ombros, temos como tradução a forma de se lançar à vida. Já a tensão nas mãos resulta da repressão de impulsos para pegar ou agarrar, rasgar ou ferir, explicação para artrite reumática. Um terceiro canal do coração com o mundo Oe o que desce da cintura e pelve pra as genitais. O orgasmo satisfatório só é possível quando a pessoa realmente se entrega. Por isso, o texto diz que sexo sem sentimento é como fazer uma refeição sem apetite.
As tensões nos músculos que circundam a pelve e as coxas, bloqueiam o livre fluxo de excitação e sentimentos. Por isso é ideal que se faça relaxamento nessa região para que a pessoa possa se sentir “ligada”, deixando claro que cabeça, coração e órgão genitais, ou pensamento, sentimentos e sexo não são mais funções isoladas.
Os seios das mulheres são ligados diretamente ao coração, mostrando que o ato de amamentar é umas das mais claras expressões de amor maternal. É provável que a mãe esteja ressentida e desgostosa com a responsabilidade que a criança representa quanto tem problemas com a amamentação.
O autor dá como exemplo as pessoas que chegam à sua terapia com queixas do tipo depressão, ansiedade, sentimentos de inadequação, de fracasso, etc, que cada uma dessas queixas demonstra falta de prazer e de satisfação no viver. Segundo ele, o objetivo de cada terapia é ajudar a pessoa a aumentar sua capacidade de dar e receber amor, e desenvolver o coração e não só sua mente.
Outras partes do corpo podem ser entendidas da seguinte forma: a face inclui a aparência externa de objeto e situações e é empregada para fazer referência à imagem de uma pessoa que se relaciona ao conceito de face do ego, por isso, a maior parte das pessoas se esforça para manter as aparências. A pessoa de ego forte “encara” as situações, enquanto a mais fraca desvia o rosto. Então podemos avaliar o ego da pessoa através da sua face. Pode-se observar a tendência de esconder o rosto com cabelos longos que pode parecer uma falta de vontade de encarar o mundo ou até mesmo rejeição de nossa cultura que valoriza a imagem. Uma forma de manifestar o anti-ego. Podemos analisar as sobrancelhas, as erguidas indicam refinamento ou intelectualidade e as baixar pertencem a indivíduos broncos. Olhos brilhantes são sinal e símbolo de exuberância. Podemos saber as respostas dos outros através do olhar. A boca também tem suas expressões como “linguarudo” ou “fala-manso”, ”queixo caído” e a terapia, muitas vezes, faz com que o paciente deixe seu queixo cair antes que consiga entregar-se ao choro.
Já a voz humana é o meio de maior expressividade ao alcance do homem e perder a voz pode significar a perda da própria posição. Pessoas que assumem suas responsabilidades “leva-as ao ombro” e a participação do indivíduo no acontecimento é expressada através do “deu uma mãozinha”. A expressão “você me tocou”, reflete um contato de sensibilidades entre pessoas. Bebês aprendem colocando objetos na boca e crianças aprendem tocando, trazendo a questão da terapia: “Será que alguém consegue realmente conhecer oura pessoas sem tocá-la?” Está aí a importância do terapeuta tocar o paciente, pois consegue sentir muitas coisas a respeito dessa pessoa. Assim, o terapeuta tem condição de transmitir ao paciente a noção de que o sente e o aceita como um ser corporal de forma que demonstra a natureza terna e amorosa de seus cuidados, como o colo da mãe. A dificuldade de aceitação do toque tem haver com os tabus da infância, relacionados a privação de carinho e à sexualidade. Tocando o paciente, principalmente do sexo oposto, de uma forma que assuma caráter sexual, pode-se confirmar as ansiedades do paciente com respeito ao contato físico. Mas qualquer envolvimento sexual do terapeuta é uma traição da confiança depositada no vínculo terapêutico. O toque terapêutico deve ser caloroso, amistoso, confiável e isento de qualquer interesse pessoal para que se possa inspirar confiança. Por isso, primeiramente o terapeuta tem que se conhecer, estar em contato consigo mesmo antes de tocar seu paciente.
Já o paciente tem imensa vontade de tocar o terapeuta para quebrar o tabu contra o tocar que o faz sentir-se isolado. Através desse toque pode-se atingir um nível mais profundo de um problema que as palavras somente não alcançariam. São variadas as explorações onde podem ser decifrados vários tabus, entre eles a aceitação.
Outro campo de interação reside na relação com o chão. Existem termos metafóricos que quando empregado para a descrição de condutas, podem ser aplicas à personalidade com relação a estar em pé e o modo como o indivíduo fica perante a vida, revela-se em seu corpo. Pode revelar sensação de insegurança na personalidade, independente de ser consciente ou não. O estudo dessas posturas como o corpo e pés tem aspectos culturas (como na china onde os pés das meninas eram amarrados para que permanecessem pequenos e inúteis e davam a posição social das mulheres) se manifestam nas expressões corporais e é chamado cinética e na bioenergética é estudado o efeito da cultura sobre o próprio corpo. Pode-se fazer diagnósticos através dos pés e pode-se fazer a pessoa tomar consciência deles e tornar-se capaz de equilibrar-se adequadamente.
Outro fenômeno bioenergético, cultural e assunto para uma investigação sociológica é a falta do senso de ter raízes que pode ser um distúrbio no funcionamento do corpo, localizado nas pernas, pois estas são nossas raízes móveis e exercícios específicos podem fazer a pessoa a vivenciar o “enraizamento”. A mãe é o primeiro chão do bebê e ele conquista suas raízes através do corpo da mãe. Terra e chão e identificam-se simbolicamente com a mãe que pode ser a causa de muitos pacientes que não tiveram um senso adequado de terem raízes, base, por falta de um contato agradável com o corpo de suas mães.
Comunicação não-verbal é a linguagem do corpo. O tom da voz ou o olhar de uma pessoa têm um impacto maior do que as palavras. Como o olhar de uma mãe pode deixar clara sua insatisfação para um filho. Crianças percebem mais a linguagem corporal que os adultos mas perdem com os anos pois passam a dar mais atenção às palavras. Pode-se tentar enganar por palavras, mas nunca pela linguagem corporal, pois o corpo demonstra a impostura pelo estado de tensão e como ninguém controla o corpo totalmente, os detectores de mentira são eficientes quando usados para distinguir a verdade da mentira. Quando a pessoa mente, a pressão sanguínea altera e a taxa de batimentos cardíacos é alterada. Pode-se analisar a própria voz, pois seu tom e ressonância refletem todos os sentimentos que a pessoa abriga.
Há como detectar traços da personalidade através do andar e cada aspecto corporal revela quem somos. Podemos até mesmo confiar ou não no outro a partir da expressão corporal. As crianças confiam mais nesse tipo de informação que os adultos. Se não confiarmos nos nossos sentidos, estamos aniquilando nossa capacidade de sentir e de fazer sentido e quando nos identificamos com a expressão corporal de uma pessoa, podemos sentir seu significado. Ou seja, quando se assume a atitude corporal de uma pessoa, pode-se captar os sentimentos daquela expressão. Quando a pessoa tem expressões já crônicas, torna-se sem consciência, pois as tensões perdem sua carga energética. Mas a linguagem do corpo não mente e outro corpo pode compreendê-la. Como exemplo temos traços masoquistas que são expressados quando alguém está de nádegas contraídas e de músculos tensos nessa região e o indivíduo adota compensatoriamente uma atitude de desafio na metade superior do corpo.
Como todos os padrões tensionais traduzem os traumas vividos no crescimentos, rejeições, privações, seduções, frustrações, etc, estão em todos os seres humanos, os próprios terapeutas de bioenergética submetem-se a um programa de treinamento para colocá-los em contato com seus corpos.
A expressão “segunda natureza” surge na aplicação da descrição de atitudes físicas e psicológicas e passam a fazer parte da vida da pessoa, por isso, é crucial que possamos reconhecer a existência da “primeira natureza”, a causa, a distinção entre a primeira e segunda natureza. Dessa forma, pode-se ter uma vida mais saudável e uma cultura sadia apoiando-se na primeira natureza.

Perguntas sobre Mitologia Hindu_ótimo para quem não sabe nada sobre isso!!!

1 – o que e Devas, Asuras,?
Qualidades de Indra, Varuna, Agni, Soma
R. Devas são Deuses tem poderes e sabedoria sobre humanos, e Asuras são como o lado oposto, tão poderosos como Devas porem demoníacos.
Indra – deus atmosférico, associado a tempestade, tem energia muito grande, capacidade de vencer os inimigos.
Varuna – deus celeste, e onisciente, esta relacionado a todas as coisas que estão no céu, tem mil olhos, a lua e o sol são seus olhos.
Agni – deus terrestre do fogo, tem muitas formas, filho da terra e Dyaus, deva que nasce muitas vezes, onipresente.
Soma – outro deva terrestre, depois é associado a Lua e passa a ser celeste.
2 – o que são ritos védicos? Aswa medha e Upanaiana Diksa e Rajasuya
R. existe duas categorias – os domésticos (Grhya) realizados pelo dono da casa e solenes (Srauta) realizados por sacerdotes ou oficializantes. Aswa Medha – sacrifício do cavalo e Upanayama – ritual de iniciação. Diksa rituais de consagração e Rajasuya – sagração do Rei.
3 – características do 1 e 2 período védico.
R. Carlos A . Tinôco - O pensamento védico é o produto do sincretismo de duas concepções religiosas: a primeira foi traduzida pelos invasores arianos quando estes povos de origem indo-européia irroperam no noroeste da Índia, por volta de 2000 a.C.; a segunda eram as religiões autóctones, de origem dravidiana. Os textos védicos são os primeiros monumentos literários da índia e dos mais antigos da humanidade. O Pensamento Védico é um texto fascinante, que transporta o leitor a um passado remoto da Índia e seus mistérios.

4 – o que são bramanas e araniakas
R. brahmanas são instruções rituais detalhadas, como um manual para o sacerdote.
Araniakas são textos filosóficos. Junto com os upanishads constituem o Vedanta, o fim dos Vedas, são os textos da floresta.

5 – o que são upanishads
R. quer dizer sentado perto do mestre, são textos secretos, esotéricos escritos na Índia em sânscrito sobre a natureza do ser e do absoluto. Coisas ensinadas oralmente de mestre para discípulo, textos filosóficos que so pessoas muito avançadas poderiam ler ou estudar.
São tratados filosóficos sobre a Verdade Última, sobre a Realidade.

6 – cite os upanishads antigos primarios, Tat Twan asi Tú ES isto– parábola do chamado guia com a semente de figo

1. R. BRHADARANYAKA - presume-se que é o mais antigo. Fala que o caminho meditativo está ligado a conceitos sacrificais e completa o Çatapatha Brahmana. Traz instruções sobre o sacrifício do cavalo e especula a origem do mundo oriundo do Ser Uno que se dividiu em masculino e feminino originando o Cosmo.

2. CHANDOGYA UPANISHAD – traz especulações sobre a sílaba OM e o segredo dos cantos, e contém a famosa parábola que ilustra o mantran TAT TVAM ASI. Como prática do sacrifício internalizado tornou possível o desenvolvimento do Yoga entre a ortodoxia ariana.

3. TAITTIRYA – acentua as implicações místicas dos cantos védicos e o sacrifício. Seu ensinamento mais peculiar é a doutrina de que tudo é “alimento” (Anna) – o entrelaçamento de tudo – a cadeia da vida.
outro ensinamento é a doutrina dos cinco revestimentos, ou seja, quando o sábio atinge o ápice do Yoga ele realiza sua unidade essencial com o mundo terreno transcendente.

4. AYTAREYA – constituído de material cosmogônico arcaico.

5. KAUSITAKI – ritualístico – expõe a doutrina do renascimento e traz uma descrição do caminho para o mundo de Brahman.

6. KENA – significa “Por Quem?” pergunta pela causa da consciência externa do homem (mente, fala, visão) abordagem sobre o Eu Transcendental.


7 – cite os upanishads secundários antigos e explique o segredo da morte
R. KATHA UPANISHADS – o mais antigo Upanishads a se ocupar do Yoga. Suas doutrinas falam sobre a morte e também propõe o Yoga da Automeditação (Adiyatama). Seu 2º capítulo contém a definição do padrão yogaépico. Considera-se que o yoga seja a sujeição firme dos sentidos. O Atman que está além da consciência humana só é acessado pela meditação intuitiva, pela concentração mental ou pelas práticas yóguicas.

SVETASVATARA UPANISHAD – traz profundas questões metafísicas que conduzem à formulação da concepção de Deus com o Indestrutível que sustenta toda a criação – a roda da existência (Brahman Chakra).
Contém a primeira descrição sistemática da operação yóguica. Neblina, fumaça, sol, vento, fogo, pirilampos, raio, cristal e lua são fenômenos preliminares que efetuam a manifestação do Brahman no Yoga. Com as características quíntuplas do yoga, o aparecimento da terra, água, fogo, ar e éter não há mais velhice e morte para aquele que atinge um corpo feito do fogo do Yoga. Também é o primeiro Upanishad a empregar a palavra Bhakti (devoção).

MAITRAYANYA UPANISHAD – traz um conjunto de ensinamentos brahmânicos e doutrinas do Yoga e do Samkya. Percebe-se uma influencia budista. Traz informação detalhada sobre a sílaba sagrada OM. Enuncia um yoga de seis etapas e traz um elemento novo TARKA (reflexão). O objetivo deste yoga é o Ser Supremo ou Senhor que é fonte de toda criação e seu mantenedor. Ele só pode ser alcançado por uma técnica especial de concentração (Kecarí Mudra).

IÇA UPANISHAD – é o menor e talvez o primeiro Upanishad versificado. Expõe uma espécie de Karma Yoga. Faz uma mediação entre a concepção não dualista do Absoluto e as obrigações terrenas do homem. Ensina a renúncia interior.

MUNDAKA UPANISHAD – considerado uma das fontes do Bhagavad Gita. Versificado, distingue as duas formas de conhecimento (superior - Para Vidya e inferior – Apara Vidya) pelas quais a realidade última pode ser conhecida. Todas as coisas manifestas estão estabelecidas no Absoluto. Ele é a origem de todas as formas de existência.

PRAÇNA UPANISHAD – consiste de seis questões feitas pelo discípulo ao mestre. Enfoca o significado do prana como o fogo no homem. Vida concebida como sacrifício e domínio das correntes de alento é visto como o melhor meio de adoração.

MANDUKYA UPANISHAD – exposição dos três componentes da sílaba sagrada OM (A + U + M) e são correlacionadas com os Três Estados da Consciência que são: JAGRAT (A = Brahman = Criação – Estado Vigília), SVAPNA (U = Vishnu= Conservação - Estado = Sonho), SUSHUPT (M= Shiva = Dissolução – Estado = Sono Profundo sem Sonhos) e TURIYA = O (Absoluto) que transcende os três estados.


8 – o que são itihasas?
R. Os Itihasas sao os Epicos nos dando maravilhosas histórias de interesse absorvente, e com grande importância, através das quais todos os ensinamentos fundamentais do Hinduismo são impressos de forma indelével na mente de quem as estuda. As leis do Smriti e os princípios dos Vedas são gravados firmemente nas mentes dos Hindus, por meio destes nobres e maravilhosos feitos, realizados pelos seus heróis nacionais.

9 – qual a mensagem do ramaiana? Destaque elas
R. nos valores morais que a epopéia proclama com tanta energia. Um tratado perfeito sobre o que o yoga chama de prescrições (yama) e restrições (niyama) morais. Exalta virtudes como a justiça (dharma), a não violência, a veracidade e a penitencia. Pode servir como um livro de instrução sobre Karma-Yoga, o Yoga da ação autotranscendente.

10 – qual objetivo do dialogo de arjuna e krishna no bhagvad gita?
R. essa conversação imortal e o clímax da epopéia. Sua importância para o estudante de yoga e evidente por si, pois o Gita deve ser considerado o primeiro texto a tratar explicitamente de Yoga. E, em suas próprias palavras, um yoga-shastra, um ensinamento yogue, que reafirma antigas verdades.

Resenha: Mahabharata_A grande epopéia do homem


MAHABHARATA
Quinze vezes maior que a Bíblia e composta durante um período de cerca de 400 anos, entre os séculos 2 a.c e 2 d.c, o Mahabharata, um termo em sânscrito que significa “a grande história da humanidade”, fala da essência cultural indiana.
A história conta uma disputa de reino de dois grupos de primos e que resulta numa apocalíptica batalha onde os conflitos decorrem da desobediência do dharma (lei que rege a ordem secreta e pessoal).
A história é contada por Vyasa, um velho eremita, sujo, maltrapilho e tomada por Ganesha, que a escreve num livro. A história começa na Idade do Ouro e a terra (reinado de Santanu) vivia sem atribulações e misérias. Apaixonado por Satyavati, mãe de Vyasa, o rei foi pedi-la em casamento ao pescador que a havia criado. A condição é que o filho que tivessem fosse o rei depois dele. O rei não podia atender ao pescador pois Bhishma era o sucessor. O rei definhava de tristeza e Bhishma foi procurar o pescador, prometendo-lhe em troca de Satyavati, renunciar seus direitos e jamais aceitar o amor de uma mulher para evitar que seus descendentes reclamassem o reino.
Santanu e Satyavati tiveram dois filhos. Um morreu na guerra e o outro em sua noite de núpcias deixando dua viúvas. Santanu também já havia morrido e Bhishma recusou quebrar o seu voto. Satyavati recorreu a Vyasa para continuar a dinastia e ao vê-lo ficou repugnada pelo seu aspecto, fechou os olhos e seu filho, Dhritarashtra, nasceu cego. A segunda por causa do mau cheiro do poeta, perdeu as cores e seu filho, Pandu nasceu branco como o leite.

Como Dhritarashtra não podia ficar no trono por ser cego, Pandu foi coroado, casando-se com duas mulheres, Kunti e Madri.

Kunti, que tinha o poder de ter filho das divindades, teve Karna, o filho do sol, o qual ela abandonou num cesto na correnteza de um rio, sendo criado por um cocheiro.

Um dia Pandu foi amaldiçoado na floresta por uma gazela, por ele ter tentado cassá-la quando esta acasalava. Se um dia Pandu tomasse uma das esposas, morreria como a gazela morreu. Amargurado, decidiu perdeu-se na floresta mas foi seguido por suas esposas (kunti e Madri).
Pandu entregou as insígnias reais a Dhritarashtra, que logo se casou com Gandhari, uma princesa do Norte. Triste por não poder ter filhos, Kunti decidiu usar um mantra e assim nasceu Yudishstthira, Bhima e Arjuna. Madri emprestou o mantra e invocou os gêmeos dourados, os belos Nakula e Shadeva, conhecidos como Pandavas.



Gandhari (esposa de Dhritarashtra), ficou grávida de uma bola de carne dura e fria, tentou jogá-la num poço, mas Vyasa a impediu, mandando que cultivasse e assim nasceu os cem filhos, portadores de violência, conhecidos como Kauravas. O primeiro deles era Duryodhana.

kauravas
Bhishma tentou dar uma educação exemplar aos Kauravas e aos filhos de Pandu, que morrera nos braços de Madri no Himalaia. Duryodhana tentou várias vezes matar os primos pandavas e Bhima também atormentava os primos.
duryodhana



Drona, o mais célebre mestre de armas ofereceu-se a Bhishma para educar os jovens. Colocando-os em teste, percebeu as potencialidades de Arjuna e prometeu fazer dele o melhor arqueiro do mundo.
Drona
Muitos anos depois, enquanto os Pandavas e sua mãe Kunti viviam fora do palácio, Duryodhana procurava mantê-los distantes e sem muito recursos. Um dia, o filho secreto de Kunti e do Sol, desafiou Arjuna que era o mestre do Arco. Dessa forma foi nomeado rei do país de Anga por Duryodhana. O combate não se realizou, mas karna prometeu abater Arjuna um dia. Teve apoio de Duryodhana.
arjuna
Arjuna conquistou a bela princesa Draupadi e os cinco Pandavas casaram com ela. Krishna convocou os irmãos, avisando que Yudishsthira (o irmão mais velho) deveria ser o rei da dinastia e para evitar uma guerra, seu tio Dhristarashtra concedeu-lhes a terra de Khandavas-Prastha, onde os irmãos transformaram num reino próspero por seis anos. O palácio era mágico e Yudishsthira convidou todos os reis e seus tios e primos para conhecerem o novo palácio.
Yudishsthira


Duryodhana com inveja da prosperidade dos primos, aliou-se a seu tio Shakuni, mestre no jogo de dados e desafiou Yudishsthira, que tinha como fraqueza o jogo e sendo desafiado, não resistiu e perdeu todo seu reino, os irmãos e a esposa Draupadi, que lançou uma maldição sobre os Kauravas.
O rei cego, com medo da maldição, libertou os Pandavas, mas Duryodhana, temendo a guerra, mandou recapturá-los. Yudishsthira aindda perdeu mais uma partida onde resultou num exílio de 12 anos na floresta sem serem descobertos, senão, teriam que ficar mais 12 anos. Nesse tempo, Arjuna foi à Shiva onde obteve a Pasupata, a arma absoluta, capaz de destruir o mundo.

No 13º ano os Pandavas foram viver disfarçados no reino de Virata. Draupadi impulsionou Arjuna para uma guerra provocada pelos Kauravas, revelando o segredo dos Pandavas. Assim o grande conflito começou no campo de Kurukshetra.
Tudo estava pronto. Bhishma comandava os Kauravas que também contavam com a ajuda de Drona. Arjuna chefiava os Pandavas. Krishna era o seu cocheiro.

No início do combate, Arjuna demonstra seu pavor a Krishna, pois teria que matar seus parentes queridos. O ensinamento que fez Arjuna lutar contra seu próprio ego e apegos está contido no Bhagavad-Gita, dentro do próprio Maha-bharata. Assim, Arjuna soprou sua concha e os exércitos começaram a lutar. Quando a guerra terminou, milhares de guerreiros estavam mortos. Todos os Kauravas e todos os filhos dos Pandavas e de Draupadi também. O reino ficou em paz durante 36 anos e os Pandavas e Draupadi envelheceram amados por todos.
No fim desse tempo, Krishna viu seu reino ser esfacelado e foi morto por um caçador numa floresta. Dhritarashtra e Gandhari foram morrer na floresta.
Diz a história, que todos os irmãos Pandavas caíram num abismo, menos Yudishsthira, que depois foi convidado para entrar no paraíso onde estavam todos os seus entes queridos. Encontrou lá também seus primos. Seus irmãos e sua mulher estavam nas profundezas da terra e foi levado pra lá de onde saíam gritos, urros e gemidos. Revoltado, renegou os deuses e recusou-se a voltar para o paraíso. Assim, a cena se dissipou e em seu lugar apareceu árvores, pradarias e um rio calmo, onde estavam seus irmãos e Draupadi, Drona, Bhishma, seus tios, sua mãe e o próprio Vyasa, todos felizes. Chegou o tempo de paz.


BIBLIOGRAFIA
ALMEIDA, Maria Cristina Rosa de Almeida, Mahabharata – A grande Epopéia do Homem – PLANETA, dezembro/91
Ilustração: www.facebook.com

Psicologia: O que é imposto pela Sociedade_Escrito por Pérola de Souza

O padrão imposto pela sociedade para todas as idades é cruel. Temos um modelo para tudo, crianças, adolescentes, adultos e terceira idade. Cada um deles sofre quando sai desses padrões. Criança que fala como adulto é intrometida, precoce e deve ter problemas. Adolescente que se comporta como criança tem problemas emocionais e deve ter tido problemas na fase oral ou outra qualquer. Adulto que namora com adolescentes tem problemas sérios de adolescência mal resolvida e é safado. Adolescente que namora adulto teve problemas com a mãe ou com o pai. O pior é quando a “melhor idade” decide curtir a vida. Então surge o comentário de mais mau gosto que existe: “O velho pirou de vez”.
A idade que deveria ser mais admirada é justamente a mais velha. Ou seja, quanto mais idade a pessoa tem, mais experiência de vida, mais histórias, mais coisas para compartilhar...além de poucos darem o devido valor, ainda ridicularizam quando alguém acima dos sessenta decide realmente viver, podendo escolher os programas, as roupas, a comida, a música conforme o que gostam de verdade e não aquilo que é imposto para sua idade.
Vou contar uma situação muito interessante que me chamou a atenção e nunca mais vou esquecer. Meu pai, filósofo, estudioso, erudito tinha um amigo do qual gostava de dividir as horas filosofando. Esse amigo do meu pai está hoje com mais de 80 anos. Lembro que nos anos 80, vi meu pai perguntando para ele se estaria presente numa Convenção Rosacruz do qual freqüentávamos todos os anos e que para nossa família era um acontecimento onde o mundo parava. Esperávamos que ele, como Rosacruz, estivesse lá. Então ele olhou para meu pai com uma risadinha e disse: “Puxa vida Hermanito, tenho um compromisso muito importante e do qual não tenho como adiar...” Então me pai disse: “Nossa, deve ser algo muito especial, pois seus olhos brilharam...” Então seu amigo respondeu: “É sim, estou indo para o Rock In Rio...” Lembro da expressão do meu pai, assustado mas ao mesmo tempo deslumbrado. Deve ter pensado: “puxa que coragem!”
Lembro também do comentário mais falado na minha casa na época sobre isso: “Nossa, não tem jeito mesmo, esse não cresce, pensa que é jovem, vai fazer o que lá no meio da molecada...” Lembro também de ter ouvido: “Ah, mas esse sempre foi meio safado mesmo.”
Anos depois encontrei com ele numa festa promovida por duas amigas psicólogas que estavam inaugurando um Centro de psicologia transpessoal. Ele estava noivo de uma delas, pelo menos 20 anos mais jovem. Fiquei tão orgulhosa dele. Ele me puxou para uma conversa pois estava preocupado com a linhagem de yoga que eu estava praticando na época e me disse que eu deveria procurar o pessoal do Osho. Quando segui seu conselho e comecei a ler alguma coisa, entendi porque aquele homem era tão jovem, quebrando padrões e isso serviu de inspiração para mim, ou seja, quando eu crescer, quero ser como ele. Ele conseguiu quebrar padrões. Acho que a nossa sociedade está caminhando para isso. Espero que quem quer que seja meu parceiro quando eu tiver sessenta, goste de usar blazer vermelho e mergulhar em cachoeiras...e o texto me levou a pensar, que o primeiro padrão que deve ser quebrado é o medo da morte (para que não tenhamos que agir como defuntos antes de morrer) e o segundo é a forma como devemos nos comportar. Ser aquilo que somos e não o que a sociedade impõe. Preconceito é visto em todas as idades. Quando eu saio do treino com bermuda de atleta e preciso pegar meus filhos na escola, sinto que olham para mim com cara de “onde já se viu uma mulher dessa idade andar desse jeito”, “onde já se viu nessa idade estar pegando onda” Isso me falaram pessoalmente. Hoje, tenho visto muitas pessoas com mais de sessenta anos pegando onda. Quebrando padrões...isso me dá muita esperança de ver uma sociedade diferente quando eu tiver chegando nos sessenta...

Pesquisas e questões sobre textos de yoga escolhidos pela Professora Cláudia Regina Teixeira Rocha

QUESTÕES RESPONDIDAS POR ESCRITO, TENDO POR BASE A LEITURA DOS TEXTOS MENCIONADOS ABAIXO, DOS QUAIS FOI SOLICITADA A LEITURA, BEM COMO SEU CONHECIMENTO PRÉVIO SOBRE O ASSUNTO.
TEXTOS DE REFERÊNCIA:
Ÿ TIWARI, M. O Caminho da Prática. Rio de Janeiro: Rocco, 2004. Cap. 5 ( p.127-146);
Ÿ GULMINI, L.C ...[et al.] Estudos sobre o Yoga. São Paulo: CEPEUSP,2003. Parte I – Construindo o Conceito de Yoga – ROJO, M. O que é Yoga ? ( p.49-65);
Ÿ DESIKACHAR, T.K.V. O Coração do Yoga. São Paulo: Jaboticaba, 2007. Parte 3 – O Yoga Sutra de Patanjali – Cap. 2 – SADHANAPADAH (p.243-267) – Sutras 2.1 a 2.14


1. Suponhamos a seguinte situação: “você acaba de assumir uma turma de Yoga, como professor(a), e esta turma é de iniciantes. As idades são variadas, há homens e mulheres, ou seja, a turma é heterogênea, composta de 20 alunos. Após uma anamnese inicial, feita através de questionários que foram entregues e respondidos pelos alunos antecipadamente, você identificou casos de pressão alta, depressão e síndrome do pânico e decidiu – de imediato – por colocar alguns exercícios respiratórios como foco de sua primeira aula. “ Agora responda:

A). Sua decisão é adequada e pode ser aplicada? Por quê e como ? Explique como você procederia, que tipo de precaução tomaria, os exercícios indicados ou não, etc.
Sim, a decisão é bem adequada já que um trabalho com Adhama Pranayama (por exemplo) serve para todos, sem contra indicação e sem dúvida vai auxiliar no equilíbrio fisiológico e energético tanto para os praticantes que tem enfermidades tanto para aqueles que não tem nenhum problema de saúde aparente mas que vão se beneficiar muito com a vitalização da reeducação respiratória.
B). Como você falaria aos seus alunos sobre os prana vayus, numa explicação do que sejam e onde ou como atuam ?
Explicaria que o Prana é composto de 5 ventos “ares” diferentes com funções distintas dentro do corpo e da mente. Trabalhar pranayamas faz com que esses vayus se equilibrem com o universo. Quando o prana não está funcionando bem a nossa energia vital é ameaçada. Já que Prana inunda laringe, coração influenciando no sistema respiratório e sanguíneo. Já Udana preserva nossa voz interior e faz com que percebamos melhor as coisas. Samana rege o metabolismo e a digestão enquanto apana é a energia de eliminação e capacidade de reprodução. Vyana age na circulação e todos esses “ares” agem também no rosto e cérebro. Equilibrando os vayus o praticante é beneficiado com boa eliminação, saúde nos órgãos internos, metabolismo equilibrado, boa respiração e circulação, clareza de pensamentos e fala e uniformidade na temperatura do corpo. Ou seja, equilíbrio que pode ser adquirido com os pranayamas.

C). Assumir uma prática de equilíbrio da respiração solar e lunar – conforme é tratado no texto de TIWARI – pode ser tido como uma forma de sadhana? Por quê ?
Sim, sem dúvida porque alinhamos a nossa respiração com o ritmo diário, com mais consciência e equilibramos os dois canais de prana (ida e pingala). Alinhamos a nossa respiração com a respiração cósmica

D). Descreva, da maneira mais clara e simples que conseguir, os procedimentos que TIWARI indica para – ativar a energia lunar e solar, bem como para equilibrar tais.
Primeiro deve-se verificar qual é a narina que está permitindo a entrada de maior quantidade de ar. Se o ar é mais forte do lado direito, quer dizer que a respiração solar está mais ativa. Se for o esquerdo então a lunar está mais ativa. Expira-se fortemente com uma narina de cada vez, com a mão em frente a narina para perceber em qual narina o ar sai com mais força. Como o objetivo é harmonizar com o dia com a respiração lunar e a noite com a respiração solar, deve-se ativar a respiração respectiva. Por exemplo: Se começamos o dia com a narina solar (narina direita)ativa então devemos usar a mão na axila para abrir o canal e alterar a respiração de narina para narina até abrir. Pode-se usar também a respiração alternada das narinas, podendo colocar ritmos (anuloma viloma).

E). No SADHANAPADAH, segundo capítulo do Yoga Sutra de Patanjali, que trata sobre a prática do Yoga, estão relacionados 05 obstáculos (kleshas) que estão na base de todo o sofrimento humano, também traduzidos como aflições. Quais são eles? Seria possível falar sobre isso aos seus alunos iniciantes ? Como ?
Os Kleshas são:
Compreensão errônea – erros de percepção.
Falsa identidade – identificação com a mente.
Apego excessivo – objeto como felicidade.
Aversões sem razão – samskaras
Insegurança – ansiedade.
Sim, sem dúvida é possível explicar aos iniciantes sobre os kleshas, inclusive induzi-los a perceber os obstáculos nos ásanas, de forma sutil pois são iniciantes, mas significante, trazendo a percepção do novato para esses conceitos. A aflição que os praticantes iniciantes tem no sádhana pode ser traduzida, numa linguagem corporal como meio de entender o ser.
2. Imagine-se numa segunda situação: “você dá continuidade às aulas de Yoga e tem amadurecido sua própria prática pessoal. Permanece atuando com uma turma heterogênea, de alunos iniciantes. Num dia, sem aviso prévio, um aluno o(a) aborda e pergunta “o que é Yoga”? Você dá uma resposta, relativa à prática psicofísica dos asanas, à aprendizagem mental que isso traz e, por fim, embora tenha esclarecido algo ao aluno, sente que deveria “dizer” mais. Para a semana seguinte, decide fazer um texto explicando “o que é Yoga”. Como ficaria esse texto ? Relacionem as informações que deverá conter, façam isso em grupo (3 ou 4 pessoas), e preparem um texto para a próxima aula.
Bom, provavelmente usaria os estudos de Georg Feurestein que dão um bom fundamento histórico e filosófico. Aproveitaria dos seus textos comentários sobre a Essencia do Yoga, sobre a idéia de Purusha (o não-manifestado), sobre o que dizem as upanishads que foram os primeiros a ensinar o ritual interno e da absorção nesse fundamento. Citaria o Yoga Clássico de Patanjali que estabelece uma separação entre o Si mesmo transcendente e a natureza (prakriti) e sua definição (citta-vritti-nirodha) sobre a restrição dos turbilhões mentais e que na verdade trata de uma concentração de corpo inteiro, onde todo o ser se aquieta. Obviamente citaria o objetivo do Yoga oriundo de todas as escolas de Hinduísmo que concordam em que a Realidade última é o estado de superconsciência (samadhi) e a busca de (Moksha), libertação. Também esclareceria sobre os significados da palavra yoga (união). Finalizaria dizendo que por mais benefícios que possamos ter com a prática de yoga no equilíbrio das nossas vidas, o objetivo é na verdade muito maior, que é a liberdade e a consciência.

3. Entre os sutras 2.10 e 2.15 desenvolve-se uma idéia relativa às ações (karma) e suas conseqüências (ação e reação). Diz-se nesses sutras que as ações podem estar, e geralmente estão, mescladas aos obstáculos (kleshas), sendo por estes influenciadas e até determinadas. Releia os sutras mencionados e descreva como esta situação - de influência dos obstáculos (kleshas) - é exposta ali. Em seguida, responda :
Ÿ Qual (ou quais) o(s) elemento(s) ou instrumento(s) que pode(m) liberar o indivíduo deste aprisionamento?
Primeiramente, permanecer vigilante e quando perceber o klesha, dominá-lo na reflexão para que ele não fique no comando. Assim procurar um meio de se libertar.

Ÿ Como o indivíduo pode aprender sobre isso - sobre essa liberação ?
Procurar um meio de se libertar que pode ser com sádhana, púja, mantra, bhakti, diversão, etc. No sentido kármico (ação e reação), os kleshas podem mudar o resultado de uma ação influenciando a atitude mental e continuando a gerar problemas com efeitos dolorosos que podem ser o resultado de repetição de experiências e efeitos de condicionamentos, além da mudança do próprio indivíduo. O sádhana ensina a auto-observação, trazendo a tona tudo que pode ser trabalhado, superado, aceito. A prática é um simulado da vida real. Ficando consciente num sádhana, o praticante aprende a ficar atento e vigilante também no dia a dia. Com o tempo o praticante percebe que mesmo depois da prática, o sádhana continua.

Namastê
Pérola de Souza