GRUPO EDUCACIONAL UNINTER - Pontal do Paraná - 2020
ALUNA: PÉROLA MACHADO DE SOUZA
NOTA FINAL DO RELATÓRIO: 100
INTRODUÇÃO
As atividades deste estágio supervisionado de Psicopedagogia Hospitalar foram realizadas através da pesquisa Científica do Projeto Vozes da Pedagogia. Foi realizada a leitura do livro "Formação de professores em diferentes cenários - vozes da pedagogia - volume 3" e realizado o fichamento de 7 autores para fundamentar a pesquisa que reflete os resultados de pesquisas de um grupo de professores, tanto de instituições públicas como particulares, chamado "Vozes da Pedagogia". A obra enfatiza a sociedade, tecnologias, formação docente e a escola com representação curricular da Base Nacional Comum Curricular. O estudo foi feito através da participação do grupo Vozes da Pedagogia, com a participação da supervisora e autores dos textos dos livros para discutir o papel da educação no contexto da educação atual.
Através do Estado da arte foi realizado a pesquisa sobre como funciona o trabalho psicopedagógico nos hospitais, chamado classe hospitalar, a rotina, metodologia, formas de avaliação e de intervenção. Também foi pesquisada sobre como está acontecendo as classes hospitalares em época de pandemia, assim como a criação de recurso digital para ajudar internados muito debilitados, que não podem ter acesso às brinquedotecas e salas pedagógicas. Ainda no estado da arte foi pesquisado como o relaxamento induzido com visualização criativa pode ajudar os pacientes a elevar a autoestima e diminuir a ansiedade, apoiando o processo de cura.
A análise Imagética foi realizada através do documentário "Educação e Cultura no Hospital Pequeno Príncipe'' que foi utilizado para fundamentar sobre o papel dos educadores no apoio para a continuação da aprendizagem, emocional e até mesmo preventiva de crianças e adolescentes em condições de internamento hospitalar.
O objetivo da linha de psicopedagogia hospitalar é observar, diagnosticar, avaliar e intervir na aprendizagem de crianças e adolescentes internados nos hospitais, compreendendo a dinâmica do funcionamento destes ambientes e aplicar a psicopedagogia de forma humanizada. O objetivo do projeto "Vozes da pedagogia e a formação docente" através da leitura do livro e das reuniões de estágio é transitar entre a teoria e a prática nas articulações entre a EaD, semipresencial e presencial. Portanto, o objetivo que une a linha deste estágio e o projeto de pesquisa é compreender como estão acontecendo as práticas do ensino atual, levando em consideração as tecnologias, as metodologias atuais de ensino, assim também como as avaliações e intervenções psicopedagógicas. Dessa forma é que o bacharel em psicopedagogia é inserido no contexto de atuação, compreendendo as dinâmicas de funcionamento dos ambientes hospitalares.
Dessa forma, as atividades do estágio foram a) "Formação de professores em diferentes cenários - vozes da pedagogia - volume 3" b) Fichamento dos autores do Grupo de Pesquisa e estado da Arte; c) Participação de 5 reuniões Vozes da Pedagogia com o grupo de pesquisa; d) Análise imagética do documentário "Educação e Cultura no Hospital Pequeno Príncipe'' fichamento e criação do relatório; e) Elaboração do plano de ação; f) Reflexão, criação e utilização do material didático manipulável; g) Elaboração de relatório de estágio.
ESTUDO RELACIONANDO O LIVRO FORMAÇÃO DE PROFESSORES EM DIFERENTES CENÁRIOS - VOLUME 3 - GRUPO VOZES DA PEDAGOGIA COM O ESTÁGIO DE PSICOPEDAGOGIA HOSPITALAR
Para desenvolver esta pesquisa foi necessário compreender o que é competência no contexto atual e as adaptações oriundas da demanda da educação. A competência surge a partir de conhecimentos, capacidades humanas e habilidades. Segundo Mocelin, Machado e Inocêncio (2020, p. 25) […]” Implica saber como mobilizar, integrar e transferir os conhecimentos, habilidades, atitudes […]”. Sendo assim, compreender como isto está acontecendo na psicopedagogia hospitalar é fundamental para o desenvolvimento do bacharelado nesta área. Classe hospitalar é a forma como é chamado o atendimento pedagógico-educacional e como cita COUTO (2004) "tem como objetivo atender as necessidades do desenvolvimento psíquico e cognitivo de crianças e adolescentes que dadas as suas condições especiais de saúde esteja hospitalizadas […]”
Em 1990, foi realizada na Tailândia a Conferência Mundial sobre Educação para Todos, onde foi criado os quatro pilares da educação: Aprender a Aprender – Aprender a Fazer – Aprender a Conviver – Aprender a Ser, que são competências que conduz ao desenvolvimento integral do ser humano nos aspectos cognitivos, emocionais e físicos. Mocelin, Machado e Inocêncio (2020, p. 25). Estes pilares fundamentam o trabalho que deve ser humanizado na psicopedagogia hospitalar, ou seja, ver o paciente na sua forma integral e não somente cognitiva. Na prática da Classe hospitalar, o desenvolvimento do ensino começa através do apoio do enfrentamento dos medos para que o aprendente internado possa elevar a sua autoestima e a confiança para ter vontade de lutar pela vida e pela saúde. Para isto é necessário o envolvimento da família e levar momentos agradáveis ao paciente, pois este já se sente culpado (PEREIRA, 2015, p.3).
Criança, jovem ou adulto deve estar em condições de receber os instrumentos essenciais à aprendizagem, além da leitura e escrita conteúdos básicos como habilidades, valores e atitudes, necessários tanto para o seu desenvolvimento como para a sua sobrevivência, ressaltados pela Declaração Mundial sobre “Educação para Todos” realizada em Jomtien, na Tailândia, em 1990, em seu Art. 1, em 1990 (SILVA, SAKAGUTI, 2020, p.137). No contexto hospitalar, a psicopedagogia visa promover o desenvolvimento da área cognitiva por meio de atividades com os conteúdos básicos e também os aspectos afetivos através de jogos psicopedagógicos e ludicidade (PEREIRA, 2015, p.6). Metodologias ativas são processos de análises, estudos e pesquisas com a finalidade de encontrar soluções para as problemáticas de ensino. Segundo Santos, Machado (2020) nos últimos dez anos, a literatura científica trouxe várias contribuições sobre metodologias ativas. Para que haja sucesso na aprendizagem e do desenvolvimento do ser humano o trabalho em equipe é fundamental, através de trocas de experiência, para que a psicopedagogia atue de forma preventiva e interventiva, observar as metodologias ativas para que esta prática devolva aos pacientes a esperança e vontade de viver, com poucos danos na sua regressão à escola e vida social (PEREIRA, 2015, p.4).
As mudanças sociais, tecnológicas e até mesmo epistemológicas na educação estão acontecendo profundamente mostrando a necessidade de uma formação holística e até mesmo emergencial e torna-se cada vez mais urgente uma educação flexível em sua organização, que tenha como fundamento a formação integral do ser humano e, inclui-se, portanto, a formação continuada docente. (SILVA, ALVES, 2020 p. 86). Sendo assim, como exigência social temos as crianças e adolescentes que hoje tem um enorme interesse pela tecnologia, uma vez que são nativos digitais e o foco da atenção já muda automaticamente. Além da humanização da prática educacional hospitalar, é preciso levar em conta o quanto é primordial que os recursos da informática são meios que podem apoiar novas metodologias que ajudem o aluno a ter mais interesse e criar mais autonomia, assim como nas classes formais de ensino. Portanto […]” a inovação não está restrita ao uso da tecnologia, mas também à maneira como o professor vai utilizar esses recursos. (CORDEIRO, KRAVISKI, 2020, p.57)
Por conta de a sociedade estar em transformação constante está sendo exigido que o professor crie um ressignificado da aprendizagem através de uma reconstrução consciente e reflexiva para uma nova prática docente. É necessário que o educador compreenda essa nova forma de ação e prática profissional. Munhoz (2020, p.269) afirma que a humanidade vive um estado da arte altamente evoluído na utilização das tecnologias como substitutas do trabalho manual. Também para que as metodologias ativas funcionem perfeitamente elas levam em consideração as condições empáticas do ambiente e como afirma Munhoz (2020, p. 273) esta é uma das necessidades primárias dos relacionamentos humanos e agora também entre humanos e máquinas. As equipes multidisciplinares precisam se esforçar para que haja desenvolvimento nas rotinas computadorizadas. Porém, não é uma solução para iniciativas rápidas pois o custo envolvido pode ser elevado, principalmente se envolver processos de interação 3D, entre avatares e humanos (MUNHOZ, 2020, p. 281). Com a Pandemia, o recurso educacional digital tem sido a única opção de voluntários que trabalham nos hospitais, que não podem ter mais acesso presencial. Sendo assim, mais do que nunca, a importância do desenvolvimento das competências digitais é crucial e é necessário que as políticas públicas facilitem o acesso para incluir a todos. A educação voltada ao ensino semipresencial necessita de ações diferentes como superação e inovação e que podem acontecer por meio de projetos coletivos com diálogos, criação de novos métodos de ensinos e recursos virtuais pedagógicos (KAMINSKI, BENVENUTTI, 2020, P. 66).
PESQUISA ESTADO DA ARTE
Para o estado da arte, foi investigado sobre a importância da presença do psicopedagogo no hospital, que é indispensável uma vez que, mesmo em internamento, o indivíduo pode continuar a aprender, brincar, criar e ter uma vida social. Além disso, as atividades pedagógicas podem contribuir para a recuperação da criança/adolescente hospitalizado. (SANTOS, MENEZES, 2013, p. 455)
Diferentemente da psicopedagogia clínica, a hospitalar precisa respeitar o tempo e a saúde pois a aplicação das atividades depende de que o paciente precisa estar se sentindo bem, como relata Couto (2004) […]” assim em muitos casos, atividades deixaram de acontecer porque o paciente não estava se sentindo bem, ou havia recebido alta antes do término das sessões. Como prática na atuação, o psicopedagogo pode mostrar através de atividades o reconhecimento da sua enfermidade e fazê-lo entender a importância de estar ali e de se recuperar. Portanto, é de suma importância que os profissionais sejam curiosos, humildes e principalmente humanizados (COUTO, 2004, p. 13).
De acordo com Santos, Menezes (2013) o pedagogo possui atribuições específicas dentro do contexto hospitalar como coordenar e avaliar o trabalho pedagógico, organizar materiais, observar as recomendações médicas, elaborar planos de ação, articular ações com outros profissionais, manter contato com a família do paciente aprendente, além de cumprir as agendas organizacionais que envolvem reuniões com os núcleos de educação. Como etapas da organização do trabalho pedagógico estão: pesquisar informações sobre os internamentos (censo hospitalar), preencher a ficha individual do aluno, realizar a anamnese, realizar contato com a escola de origem, orientar os professores da área, mediar o contato dos professores com os alunos, acompanhar o processo de ensino-aprendizagem, realizar troca de informações e fazer avaliações. Além disso, orientar os familiares após a alta médica e apoiar o retorno à escola de origem (SANTOS, MENEZES, 2013, p. 458).
Para ajudar o paciente, é necessário que haja avaliação que pode ser inicialmente utilizada através de uma entrevista com a mãe ou acompanhantes, através da escuta, observação. Para Couto (2004) podem ser aplicados testes operatórios e projetivos, EOCA (entrevista operatória centrada na aprendizagem, TDE (teste de desempenho escolar), desenho da família e do seu próprio eu e que atividades com jogos, atividades com pinturas e até mesmo mandalas podem ser formas de avaliar. No contexto hospitalar, a avaliação psicopedagógica precisa passar por uma investigação da situação de adequação e bem-estar do paciente, considerando a estrutura física adequada, os recursos disponíveis para as atividades educacionais (ALE, 2020, p. 231). A vida hospitalar gera problemas no desenvolvimento da criança hospitalizada por conta dos traumas e podem levar a dificuldades na aprendizagem. Segundo Ale (2020), estes problemas podem ser minimizados se a ação dos profissionais for preventiva. As ações precisam ter como objetivos garantir que a vida escolar da criança tenha continuidade durante a internação, motivar a participação das crianças nas atividades, propiciar momentos de prazer, permitir que a criança expresse suas emoções e sentimentos e fortalecer a autoestima. Sendo assim, a classe hospitalar apoia o aluno internado a se sentir melhor consigo mesmo e ter projetos para a vida, conquistando espaço para distrair o seu sofrimento (ALE, 2020, p. 147).
De acordo com Ale (2020) a maioria dos internados têm dificuldades para se locomover, seja por conta dos horários dos remédios ou até mesmo pela indisposição. Por isso, para a mesma autora, a importância das atividades lúdicas é fundamental para que elas se sintam capazes de aprender, mesmo em estado de fragilização, pois a ludicidade estimula a alegria e o prazer da criança, liberando hormônios que estimulam uma recuperação mais rápida. As brinquedotecas são espaços cruciais para as brincadeiras acontecerem, porém é importante lembrar que os brinquedos precisam de limpeza e desinfecção. Livros e as revistas da brinquedoteca também devem passar por medidas que diminuam a transmissão de infecções e que o manuseio dos objetos deve ser intercalado com a higienização das mãos, e os livros e revistas devem ser encapados com material plástico, de forma que possam ser desinfetados (ALE, 2020, p. 210).
A psicopedagogia visa intervir nas questões que englobam ansiedade, depressão e autoestima. Por isso a intervenção psicopedagógica diminui os prejuízos cognitivos da aprendizagem e também media o relacionamento do indivíduo com o meio e consigo mesmo.
DESCRIÇÃO REFLEXIVA SOBRE A AÇÃO REALIZADA EM CAMPO E O USO DO MATERIAL DIDÁTICO MANIPULÁVEL PRODUZIDO.
A pesquisa para este estágio de psicopedagogia hospitalar foi baseada no interesse em entender como funciona a rotina do ensino no contexto hospitalar, sobre tecnologias para a criação de competência digital, avaliação e intervenção. Também foi pesquisado sobre como a psicopedagogia hospitalar está atuando na época da Pandemia Covid-19 para criar um material que possa ser usado neste contexto, onde o presencial é restrito. Sendo assim a investigação foi baseada na seguinte questão: Como criar um material que possa ser usado pela criança, que não pode sair do seu leito por conta do tratamento ou até mesmo porque os ambientes coletivos de aprendizagem dentro dos hospitais estão limitados por conta da Pandemia Covid-19? Para isto foi usado os exemplos das práxis que estão sendo utilizadas neste contexto, tanto dos pedagogos como dos voluntários, que precisaram se reinventar e estão usando a criatividade sem sair de casa. Como exemplo, a Associação Laços da Alegria que atende por meio de chamadas de vídeos, com visitas virtuais e que são guiadas pelos próprios pacientes. Adolescentes e crianças que estão matriculados na rede estadual de ensino e que se encontram internados no Hospital Infantil Joana de Gusmão recebem as atividades nos próprios leitos durante a pandemia da Covid-19, ou seja, agora os alunos não podem se reunir na sala de estudos. Desta forma é visível que a pandemia trouxe mudanças na vida dos internados, mas com muita disposição e vontade os pedagogos e voluntários estão dando continuidade aos trabalhos, mesmo com muita limitação. Então foi preciso pensar em um material manipulável que pudesse chegar a essas crianças para apoiá-las em época de isolamento social, tanto por conta da Pandemia, como por incapacidade de locomoção.
O material manipulável para este estágio usa a tecnologia digital através de uma criação de áudio, para ser usado em época do isolamento social em que a criança e adolescentes vivem. Esta intervenção foi criada visando tratar, curar e até mesmo prevenir problemas de aprendizagem que podem surgir por conta do internamento do aluno e construir uma prática humanizadora e de forma lúdica. Para isto foi pesquisado sobre a contação de histórias para criar um texto que apoie na motivação em aprender, com estímulo às funções psicológicas superiores que são fundamentais para a aprendizagem escolar, elevando a autoestima, diminuindo a ansiedade, ativando a memória e a concentração, além de reforçar o processo de cura. Para realizar a mediação a técnicas de relaxamento de yoga com contação de história para a criança ou adolescente usar a imaginação, se visualizar vivendo a história, enquanto deitado.
A mediação para este estágio foi construída através do recurso do áudio, que é uma forma diferente de linguagem, onde estimula a imaginação do aluno e pode ser utilizado para construir de forma positiva uma estrutura emocional e como consequência propiciar o desenvolvimento da estrutura cognitiva. Sendo assim, a construção do texto para o áudio levou em consideração que a visualização positiva através da mente, com uma história onde o paciente é o autor da imagem mental, pode interferir também positivamente na resposta corporal, que recebe estímulos neurais acelerando o processo de cura.
O setting para a intervenção psicopedagógica pode ser a própria cama da criança internada, onde ela pode permanecer deitada. Setting é como é denominado o espaço e é onde se organiza a intervenção. No contexto hospitalar, muitas crianças ficam limitadas às suas camas e sendo assim o setting é o próprio local onde ela possa estar. O ideal é que o áudio possa ser ouvido com um fone de ouvido para que a criança não receba nenhuma distração externa. A música do áudio foi escolhida para trazer sensação de paz e tranquilidade, assim como exaltar a imaginação através das emoções.
O texto do áudio foi criado para crianças de 7 anos até 12 que estão no período formal operatório concreto. Para Silva, Mocelin, (2019) nessa fase segundo os estudos Piagetianos, a criança já tem uma lógica interna consistente e desenvolve habilidade de solucionar problemas concretos. Também é a fase do início da escolarização formal através do Ensino Fundamental. Sendo assim, a história é contada para a criança, em relaxamento e deitada, possa se imaginar sendo o principal personagem dela e receber instruções importantes, que elevem sua autoestima e confiança para desenvolver e acreditar nas suas capacidades cognitivas e funções psicológicas superiores, principalmente a memória e a concentração, funções cruciais para o aprendizado. Durante o texto, foram utilizadas frases afirmativas, para que o aluno seja estimulado a aprender, a desejar a cura e estimular suas capacidades de aprendizagem.
O material utilizado para a criação do material foi computador MacBook Pro 15, internet, microfone para celular, celular, aplicativo de gravação de voz pelo celular, Microfone shure, Teclado Korg, programa de edição Cubase e aplicativo Soundclound para publicar a história. O áudio desse projeto tem 9:35 segundo e poder ser encontrado no link abaixo:
https://soundcloud.com/user-498966694/relaxamento-para-criancas-doentes_o-mestre-da-cura
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este relatório de estágio cumpriu com seus principais objetivos que eram investigar como funciona a psicopedagogia hospitalar, também chamada classe hospitalar, através da avaliação e intervenção, assim também como pesquisar sobre tecnologia digital e relacionar com o estudo através da pesquisa Científica do Projeto Vozes da Pedagogia. Ficou concluído que o olhar humanizado às crianças hospitalizadas para o atendimento pedagógico hospitalar é crucial para uma prática com sucesso. A Psicopedagogia ainda está se estruturando e foi observado que é preciso reforçar a multidisciplinaridade e que haja planejamento das atividades aplicadas, de forma lúdica, para prevenir problemas com a aprendizagem, assim também como possíveis intervenções em dificuldades de aprendizagem identificadas.
É de vital importância que a organização do trabalho pedagógico atenda a necessidades diferenciadas. Para isto é necessário que o psicopedagogo estabeleça vínculos com o educando, e que a prática pedagógica que for realizada em ambiente hospitalar esteja de acordo com as limitações do ambiente e dos pacientes em processo de escolarização. A condição de saúde dos alunos atendidos em ambiente hospitalar tem um ritmo diferente do ambiente escolar. As condutas afetivas e cognitivas destes alunos internados sofrem em contexto hospitalar, sendo o papel do psicopedagogo e de uma equipe multidisciplinar, avaliar, observar, diagnosticar e intervir de forma que estimule crianças e adolescentes a aprenderem.
Juntamente com a observação do trabalho do psicopedagogo, este estudo concluiu que a participação do projeto "Vozes da pedagogia e a formação docente" através da leitura do livro e das reuniões de estágio, transitando entre a teoria e a prática nas articulações entre a EaD, semipresencial e presencial, foi de suma importância para se pensar nas possibilidades de intervenção, principalmente para crianças que não podem sair dos seus leitos, ou seja, aquelas que não podem estar nas brinquedotecas e salas pedagógicas, seja por limitação física ou até mesmo por conta da Pandemia, onde as salas coletivas precisaram ser suspensas. Sendo assim, foi possível unir a linha de estágio com o projeto Vozes da Pedagogia, pois é preciso, mais do que nunca, levar em consideração as tecnologias e metodologias atuais de ensino para atender com efetividade o problema de isolamento social de alunos internados em hospitais.
A pesquisa através do documentário deste estágio trouxe uma alegria imensa em perceber esse olhar humanizado, a empatia e a força da disposição de pessoas que se dedicam a profissão da classe hospitalar, trazendo também a reflexão de que a importância desse trabalho precisa, urgentemente, de um apoio maior dos agentes das políticas públicas, para que se amplie e receba mais estruturas. Quantos hospitais ainda precisam receber a psicopedagogia hospitalar? Com certeza, muito mais do que já existem e a expansão da classe hospitalar deveria ser prioridade, já que existem leis para garantir este trabalho.
A dificuldade do acesso aos pacientes nos leitos por conta da Pandemia, assim como a dificuldade de pacientes não terem acesso ao aprendizado pois não podem sair dos seus leitos nos tratamentos mais sérios, levou a pensar de que forma poderia contribuir para aliviar a pressão dos medos oriundos do ambiente hospitalar, aliviar as dores físicas e estimular a força de vontade. Mesmo que o método usado neste relatório não possa substituir efetivamente a intervenção psicopedagógica, ele pode ser a forma de se iniciar um trabalho pedagógico, para devolver ao paciente a vontade de aprender, e para isto se curar.
Criar o material manipulável para este estágio foi a parte mais fascinante. A possibilidade de criar algo que possa transformar uma situação difícil, como um internamento no hospital, em oportunidade de crescimento e aprendizagem é o que traz sentido a este estágio e a esta profissão que estou iniciando como psicopedagoga.
4 REFERÊNCIAS
ALE, M. B. S. F. Ação psicopedagógica hospitalar: pesquisas, vivências e práticas [livro eletrônico]: Série Panoramas da psicopedagogia. Curitiba: Intersaberes, 2020.
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COUTO, Janaina Martins. Intervenção psicopedagógica em classes hospitalares: uma alternativa de atendimento. Monografia de conclusão do curso de pós-graduação em Psicopedagogia, Universidade Candido de Mendes. Rio de Janeiro, 2004. Disponível no AVA, Uninter, acesso em 15 de fevereiro de 2021.
CORDEIRO, G.R; KRAVISKI, M.R. Metodologias ativas na formação continuada de professores do curso de licenciatura me pedagogia. Formação de professores em diferentes cenários [livro eletrônico]: vozes da pedagogia. Volume III, cap.2. Curitiba: Editora Dialética e Realidade, 2020.
KAMINSKI, C; BENEVUTTI,C.D.S. Narrativas da vida profissional de professores do semipresencial: o reflexo do social e do tempo histórico da formação da prática pedagógica atual. Metodologias ativas na formação continuada de professores do curso de licenciatura me pedagogia. Formação de professores em diferentes cenários [livro eletrônico]: vozes da pedagogia. Volume III, cap.3. Curitiba: Editora Dialética e Realidade, 2020.
MACHADO, Dinamara Pereira. Formação de professores em diferentes cenários [livro eletrônico]: vozes da pedagogia. Volume III. Curitiba: Editora Dialética e Realidade, 2020.
MOCELIN, M.R; MACHADO, D.P; INOCÊNCIO, K.C.M. Fluidez epistemológica na formação de professores: quando o excesso cega! Formação de professores em diferentes cenários [livro eletrônico]: vozes da pedagogia. Volume III, cap.1. Curitiba: Editora Dialética e Realidade, 2020.
MUNHOZ, Antonio siemsen. Utilização de professores como tutores inteligentes para criação de ambientes de alta empatia eletrônica com uso e tecnologias exponenciais. Metodologias ativas na formação continuada de professores do curso de licenciatura me pedagogia. Formação de professores em diferentes cenários [livro eletrônico]: vozes da pedagogia. Volume III, cap.12. Curitiba: Editora Dialética e Realidade, 2020.
PEREIRA, Wyliane de Lima. Psicopedagogia hospitalar: um olhar humanizado a crianças hospitalizadas. Trabalho de conclusão de Curso para Bacharelado de Psicopedagogia, Universidade Federal da Paraíba. João Pessoa, 2015. Disponível no AVA, Uninter, acesso em 18 de fevereiro de 2021.
SANTOS, M.O.; MENEZES, C.V.A. A organização do trabalho pedagógico em ambientes hospitalares: um estudo de caso com educadores do serviço de atendimento à rede de escolarização hospitalar do hospital do trabalhador. Programa de Apoio à Iniciação Cientifica - PAIC 2012-2013. Disponível no AVA, Uninter, acesso em 19 de fevereiro de 2021.
SECRETARIA DO ESTADO DA SAÚDE DE SANTA CATARINA. Atendimento escolar no hospital infantil é adaptado durante a pandemia. 23 de novembro de 2020. Disponível em https://www.saude.sc.gov.br/index.php/noticias-geral/11818-atendimento-escolar-no-hospital-infantil-e-adaptado-durante-a-pandemia. Acesso em 25 de fevereiro de 2021.
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YAMAGUTI, Bruna. Alegria à prova de distância: voluntários em hospitais se reinventam. Brasília, 13 de setembro de 2020. Correio Braziliense. Disponível em https://www.correiobraziliense.com.br/revista-do-correio/2020/09/4874789-alegria-a-prova-de-distancia-voluntarios-em-hospitais-se-reinventam.html Acesso em 23 de fevereiro de 2020.