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quarta-feira, 24 de junho de 2020

SITUAÇÃO DA AMÉRICA LATINA E O NOSSO COMPROMISSO SOCIAL COM A VIDA HUMANA PLANETÁRIA

Situação da America Latina e o nosso compromisso social com a vida humana planetária

Sobre o evento

Palestrante: Dr. Marco Eduardo Murueta
Doutor em Filosofia pela Universidad Nacional Autónoma de México (UNAM), mestre em Filosofia e licenciado em Psicologia pela mesma instituição. Promotor da psicologia mexicana e membro fundador e presidente da Associação Mexicana de Alternativas em Psicologia (AMAPSI). Atualmente é professor titular da Universidad Nacional Autónoma de México, Iztacala.

Currículo Completo: http://www.murueta.mx/index.php/semblanza
Dia 24/06, quarta-feira, das 19h às 21h (horário de Brasília) e 17h às 19h (horário México) 
Vagas Limitadas! 
Link de Acesso via Google Meet: em breve

Link Para inscrição: https://www.even3.com.br/checkout/0a18ea41-1d47-46c9-aa3d-ced0321e5dcb/

terça-feira, 23 de junho de 2020

VOCÊ É O QUE VOCÊ RESPIRA


Você já percebeu que a sua respiração altera conforme suas emoções modificam? Já percebeu que respirando conscientemente o seu corpo relaxa? Se não sentiu isso ainda então é hora de experimentar. Respire pelo nariz bem profundamente e preste atenção como se sente e como o seu corpo se sente.
Os exercidos de respiração podem auxiliar para relaxar e ativar o corpo e a mente, proporcionar ótimas noites de sono, aliviar o estresse e a ansiedade que são fatores que estão atrapalhando a vida do ser humano, inclusive terminando em doenças sérias. Ou seja, aprender a respirar e a utilizar exercícios de respiração pode curar e prevenir doenças.
Quando uma pessoa aprende a respiração profunda e consciente ela aprende a administrar o estresse, pois ela envia recados para o cérebro e conseqüentemente para o corpo para se acalmarem enquanto respira. Automaticamente a freqüência cardíaca e a pressão arterial se equilibram.
Pranayama pode ser descrito como controle da respiração. É uma palavra sânscrita e significa: Prana = energia Yama = expansão ou ampliação. Ou seja, Pranayama é a forma de controlar o Prana (energia vital) através de exercícios respiratórios. O Prana está na natureza, no ar que respiramos, nos alimentos e vem através da energia solar. O Prana circula no nosso corpo através das Nadis (canais energéticos que podem ser de 72 mil nadis sendo que alguns textos falam em até trezentos mil), são divididos em subpranas e regulados nos chakras (vórtices de energia). Os principais e mais conhecidos canais na literatura yogi são ida, o canal de polaridade negativa, pingalá, o canal positivo e ambos percorrem em paralelo com a coluna vertebral. O canal central, ou seja, canal que percorre o centro da coluna é o sushumná. A função do pranayama é aumentar a quantidade de prana que circula no corpo sutil e é necessário que os canais citados estejam desobstruídos.

O Pranayama ajuda a controlar e armazenar o prana e se divide em 4 fases:

Puraka
: Inspiração ou inalação tem como objetivo ser mais suave, sempre nasal, silenciosa e consciente.
Kumbhaka: Retenção do ar nos pulmões que nunca deve ser desconfortável.
Rechaka: Expiração ou ato de exalar e é importante sentir que soltou todo o ar dos pulmões.
Shúnyaka: Retenção com os pulmões vazios após expiração.
Para iniciar as técnicas respiratórias é importante saber que elas não devem ser desconfortáveis e causas dores e tonturas. Caso alguns desses sintomas apareçam o praticante deve diminuir a força, o ritmo e fazer a respiração de forma mais leve. Para crianças os Pranayamas devem começar a partir dos 12 anos somente.


Pérola de Souza - Fragmento da apostila da Formação Profissional e aprofundamento em Yoga. 

segunda-feira, 15 de junho de 2020

CONCEITO DO YOGA



A palavra Yoga (que deve ser pronunciada com o O fechado como se tivesse acento circunflexo), deriva da raiz sânscrita “yuj” que significa “unir, reatar e religar”. Yoga é um estado interno de consciência ampliada. É ela experiência direta que se atinge este estado e não apenas pela inferência ou testemunho, afirma Patañjali.
O Yoga Sútra, principal escritura do yoga define Yoga como “yogas citta-vritti-nirodhah”,Yoga é a cessação das modificações da mente. Yoga SútraI.2:. No BhagavatGita II-50: “Yoga é a habilidade na ação”.
A palavra Yoga apresenta variadas definições e as maiores dúvidas são se é uma prática de ginástica, de relaxamento, de cura ou somente posturas. Há pessoas que associam Yoga a posturas de contorcionistas ou poses “impossíveis” e que acabam apresentando a prática como meramente física.
Já está mais do que na hora de esclarecer que Yoga é uma filosofia prática onde posturas são apenas um elemento da prática. Porém, já há no Brasil uma quantidade significativa de praticantes, professores, instrutores e mediadores que levam esse objetivo de expandir o conhecimento do Yoga conforme ele é verdadeiramente. Este é o nosso objetivo principal como formadores de instrutores de yoga.
Yoga é a integração do ser em todos os seus aspectos e corpos. É uma prática que trabalha o desenvolvimento humano na sua multidisciplinalidade. O praticante precisa ser dedicado e estudioso pois é uma filosofia antiga que mostra o ser na sua profundidade. Yoga é a busca da saúde perfeita e longevidade para que a energia possa fluir livremente levando o ser a plenitude. São tantas definições para a prática que com certeza vamos ver outras no decorrer dessa formação, através dos elementos que constituem as práticas (sádhanas).
Através da prática de Yoga, é possível conhecer e aprender a expandir a energia vital e o corpo energético (chakras) através da respiração (pranayamas) e conquistar o equilíbrio de todos os aspectos mentais e emocionais.
A história do Yoga começa há nos vedas e tantras onde alusões e citações sobre o yoga se fazem presente através da tradição védica (6.500 a.c).  O Hatha yoga também surgiu na Índia, entre os séculos IX e X dc, com diferentes mestres e apresentado no texto clássico, Hatha Yoga Pradipika. O Hatha yoga é o início dos estilos praticados atualmente.
Yogananda e Sivananda foram os mestres que trouxeram o Yoga para o ocidente. Indra Devi trouxe o Yoga para a América do Sul e nos anos 40 o Yoga chegou ao Brasil através do professor Caio Miranda.
O significado da palavra yoga, que deriva da raiz sânscrita “yuj” é união e é referente à união entre corpo e mente mas é principalmente a união do ser (consciência) individual e o ser (consciência) universal.
Para que a união mencionada acima aconteça é necessário utilizar um sistema de autoconhecimento onde haja um desenvolvimento harmônico do corpo, da mente e até mesmo da alma. Utiliza-se a disciplina da mente, dos sentidos físicos e conhecimento das forças sutis do corpo energético. O objetivo é a felicidade através da plenitude.
Como resultados da prática do Yoga e principalmento o Hatha Yoga, o indivíduo experimenta a paz de espírito e perceberá um aumento considerável da vitalidade desfrutando de ótima saúde.
As práticas (sádhanas) tem elementos variados e entre os mais comuns são as posturas psicofísicas (asanas) e exercícios de respiração que aumentam a capacidade pulmonar e expandem a energia vital (pranayamas). Os Pranayamas tornam o corpo saudável, com imunidade elevada, eliminam a preguiça, fortalecem os nervos e a mente e ainda melhoram a digestão.Prana é energia vital. Controlar o prana é controlar a mente e vice versa.  Ser Yogi é dominar a respiração e através dela acalmar a mente.
Além do Hatha Yoga, um desenvolvimento pleno através do Yoga também deve ser disciplinado através do Raja (rei) Yoga que tem como objetivo o controle das ondas do pensamento e das modificações mentais. Tem esse nome porque é considerado o rei dos Yogas e foi sistematizado por Patañjali, sendo assim é conhecido também como Patañjali Yoga.
Segundo Patanjali, Yoga é o recolhimento das astividades da mente, ou seja, supressão da instabilidade mental. Por isso o objetivo da prática de Yoga (sádhana) é o preparo para o praticante para atingir o Samádhi (estado expandido de consciência).
Um dos motivos do Yoga ser uma prática que trabalha o desenvolvimento humano é porque o praticante precisa praticar a auto-análise para poder se desenvolver e passar a ser o arquiteto do seu próprio destino, sendo responsável pelos seus êxitos e mestre da própria vida. O Yogi sempre se pergunta: Quem sou eu? O que vim fazer nessa existência para ajudar o mundo e as pessoas a serem melhores? Como eu posso ser melhor?
Como instrutores e educadores a nossa missão é despertar a reflexão, estimular o autoconhecimento para que o praticante passe a ser mais responsável pela sua própria vida e pelo universo em volta, cuidando e sendo responsável pelo meio ambiente, pelo seu próprio corpo e desenvolver um pensamento elevado.
É necessário cultivar a autodisciplina, austeridade e ter coragem para enfrentar as dores dos conflitos que possivelmente surgirão das reflexões. Porém o praticante experimentará a liberdade e a felicidade através da veracidade consigo mesmo. Por isso, é preciso que instrutores e praticantes conheçam e pratiquem com disciplina os Yamas e Nyamas (preceitos morais praticados pelos yogues), considerados a base da ética e que ensinam os praticantes a respeitar seu mundo interno e externo para que haja equilíbrio na sua vida.
A relação do Yoga com a espiritualidade e com a religião começa com a tradução similar da palavra Yoga, que vem do sânscrito e que significa união, religar e alguns estudos mostram que a palavra religião vem do latim “Religare”. Ou seja, ambos tem como objetivo ligar, ou melhor, religar o ser individual ao ser universal. Mas as práticas de Yoga não devem ser confundidas com práticas religiosas, como seitas realizam pois não devem promover rituais onde os praticantes devem exercer as atividades de fé, lealdade para dogmas ou doutrinas. Não existe obrigações religiosas e nem praticas devocionais.
É necessário entender que a palavra espiritualidade é o entendimento da vida interior e com o autoconhecimento do ser como um todo e é uma prática realizada através do Yoga.
Normalmente os praticantes iniciam no Yoga por conta dos inúmeros benefícios na saúde física, mental e emocional, porém acabam descobrindo que existe um universo interno e externo que pode ser desenvolvido com muito mais eficiência quando aprende a meditar e a conhecer o seu próprio universo energético.
O praticante de yoga se torna um ser com mais empatia e aprende que a felicidade está no “ser” e não no “ter”. Por conta disso desenvolve sua inteligência afetiva e sua capacidade de administrar melhor seus pensamentos, emoções e ações. Dessa forma o praticante chegará a uma experiência fantástica de plenitude existencial.
O Yoga Sutra de Patanjali é uma das principais literaturas utilizadas nesse estudo e nessa literatura ele ensina a filosofia e a prática do Yoga. No Yoga Sutra são ensinados os 8 passos do Yoga de Patanjali, o “Asthanga Yoga” onde o praticante segue as orientações para aprender a controlar a mente e alcançar o objetivo do Yoga, o Samádhi.
O Yoga também aparece em outras dezenas de escrituras antigas e entre elas os Vedas, os Upanishads e o BhagavadGita, que são textos famosos e constituídos por ensinamentos.O mais utilizado para as práticas do Yoga é o Yoga Sutra, uma vez que ele traz uma sistematização e um caminho para o sadhana (prática). Ele é dividido em 4 capítulos e 195 sutras (aforismos) e descreve o objetivo do Yoga, as formas de atingir o objetivo e o desenvolvimento dos 8 passos.
Os oitos passos do Yoga de Patanjali são:
·         Yamas (Códigos morais)
·         Niyamas (Purificação e autoestudo)
·         Asana (Posturas)
·         Pranayama (Controle e expansão da bionenergia através da respiração), Pratyahara (Controle dos sentidos) 
·         Dharana (Concentração)
·         Dhyana (Meditação)
·         Samadhi (Contemplação e hiperconsciência)
Os Yamas são direcionamento de ação e de interação com o mundo externo, dentro da sociedade e ações que dever ser evitadas. Os Yamas são:
·         Ahimsa - Não violência.
·         Satya – Veracidade.
·         Asteya - Não roubar.
·         Brahmacharya – Controle da sexualidade.
·         Aparigraha – Desapego e não acumulação.
Os Niyamas são direcionamento para ações consigo mesmo e a autodisciplina. Os Nyamas são:
·         Saucha – Limpeza/purificação.
·         Santocha - Contentamento /gratidão.
·         Tapas – Austeridade/superação/disciplina.
·         Swadhyaya–Auto estudo através dos textos (shastras).
·         Ishwarapranidhana - Entrega      
Além dos Yamas e Nyamas, que são os dois primeiros passos do caminho de 8 passos de Patanjali, asanas, pranayama, pratyahara, dharana e dhyana levam ao Samadhi que é a auto-realização e a consciência expandida para uma vida em contemplação e plenitude.
Asanas são Posturas físicas que promovem a saúde física preparando o corpo para seguir os próximos passos. Pranayamas são técnicas respiratórias onde o prana é controlado, expandindo a energia vital (prana) para o sistema energético através da respiração. Também promovem a saúde física e são muito utilizados em Yogaterapia.
Pratyahara é abstração dos sentidos necessária para que se possa chegar ao próximo passo que leva a concentração (dharana). Dharana é a concentração, onde não há mais pensamento e o foco está em um único objeto. Essa concentração é necessária para o próximo passo que é o vazio (Dhyana) quetem como tradução a palavra meditação, o que é um equívoco pois meditar pode significar refletir ou pensar em algo. Dhyana é justamente o vazio dos pensamentos, o não pensar, ou seja, um estado de atenção relaxada.  Samadhi é a auto-realização, quando a mente se une com a consciência absoluta.
Praticar os Yamas e Nyamas desenvolve a inteligência emocional. Diante disso a mente passa a ser mais tranquila, serena, lúcida e em paz. Por isso, para Patanjali, o praticante só pode passar para as outras etapas depois que conhecer e praticar esses códigos de éticas tão importantes para o desenvolvimento do Yogi.

Referência Bibliográfica

MACHADO, Perola de Souza. ‘Sádhana’: conceitos iniciais-o Yoga. Disponível em: https://educayoga.com.br/ Acessado em: 15/06/2020.